Após pedir a abertura de investigação contra a presidenta Dilma Rousseff ao Supremo Tribunal Federal (STF) e criticar o pacote anticorrupção enviado pelo Executivo ao Congresso, o partido presidido por Aécio Neves (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (18) que irá apresentar um projeto de lei na Câmara para cassar o registro de partido político que tiver recebido dinheiro de corrupção.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a tentativa de cassar o registro de partidos mostra um perfil autoritário e antidemocrático da oposição.
“Como o PSDB não foi capaz de vencer o PT nas eleições, ele quer chegar ao poder a todo custo. Ora pedindo o impeachment da presidenta Dilma, ora querendo cassar o partido com denúncias sem cabimento”, constatou Costa.
O senador acredita que o projeto destoa dos fundamentos da democracia e questiona: “quem me garante que as empresas que estão no cartel dos trens em São Paulo que não injetaram dinheiro pelo PSDB não foram por propina?”.
Durante 10 anos, de 1998 a 2008, 33 pessoas foram indiciadas por envolvimento no Trensalão Tucano. No fim do ano passado, a Justiça Federal bloqueou R$ 600 milhões das empresas acusadas de formação de cartel para fraudar licitações de trens em São Paulo, durante governos do PSDB. Foram afetadas pela decisão a Alstom, CAF, Siemens, Bombardier, Mitsui e TTrans.
Também no âmbito da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef disse em depoimento à Polícia Federal, disse que propinas em contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, resultaram em repasses a integrantes do PSDB. Uma planilha da empreiteira Camargo Correia, responsável pela obra, de 2010, cita pagamentos para Aécio Neves, o ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, Luiz Paulo Vellozo Lucas.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias