Partido dos Trabalhadores

PT barra manobra da oposição contra decreto da participação social

Projeto do DEM entrou em regime de urgência, mas não foi para votação por causa da obstrução

Graças à atuação da bancada do PT, juntamente com a bancada do PCdoB, não foi votado um projeto dos Democratas (DEM) que susta a aplicação do decreto 8423/14, que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS). Os partidos opositores conseguiram aprovar o requerimento para que o PDC 1491 entrasse em regime de urgência, mas não avançaram para a votação do mérito da proposta.

A bancada do PT permanecerá em obstrução enquanto o PDC 1491 estiver na pauta do plenário.  “Não ouvi um jurista dizer que este decreto fere a Constituição brasileira, dizer que este decreto desequilibra os poderes constituídos neste País, dizer que este decreto acaba ou elimina o papel do Parlamento brasileiro”, disse o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), que propôs a realização de uma Comissão Geral para debater o tema.

Segundo o líder do Governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), com o decreto, a presidenta Dilma Rousseff deseja reforçar o papel dos conselhos, formados por cidadãos que contribuem “para qualificar o processo democrático brasileiro”, trabalhando gratuitamente para o aperfeiçoamento do Estado. “Os conselheiros atuam para contribuir com sugestões de políticas públicas, para qualificar a fiscalização sobre a gestão pública. Ampliar o papel da sociedade, participando da gestão pública, qualificando e fortalecendo conselhos, é o oposto do autoritarismo, é a ampliação da democracia direta”, afirmou Fontana, acrescentando que a oposição conservadora na Câmara possui “uma visão atrasada de democracia”.

O deputado Sibá Machado (PT-AC) lembrou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), do PSDB, criou vários conselhos por decreto, enquanto o decreto 8423 não cria nenhum órgão novo. “A nossa preocupação é com o debate totalmente desvirtuado. Nós não estamos criando conselho nenhum. E os conselhos populares foram criados pelo Presidente Getúlio Vargas. No Estado Novo, em 1937, o Presidente Vargas criou o Conselho de Apoio à Saúde. De lá para cá, é uma regra da sociedade tentar participar, junto aos governos municipais, junto aos governos estaduais e junto ao governo federal, do poder de políticas públicas. Não está se tratando sobre legislação nenhuma, a legislação cabe ao Parlamento brasileiro nas suas três esferas”, argumentou Sibá.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara