Partido dos Trabalhadores

PT Conexões Brasil: o desafio do desenvolvimento inclusivo e sustentável

No Dia Mundial do Meio Ambiente, programa apresentado pela secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade, expôs os desafios de ampliação da agenda ambiental em todas as esferas de governança

Reprodução/TvPT

Além de Gleide Andrade, o debate teve a participação do ministro Paulo Pimenta, da professora da UnB, Liza Andrade, e do secretário de Meio Ambiente do PT, Saulo Dias

O investimento em políticas públicas para construções mais sustentáveis, a conscientização e o envolvimento da população nas decisões; o meio ambiente como item transversal a todas as áreas, como tem ocorrido no governo Lula, e a transição da matriz energética, tudo isso na perspectiva de preservação dos recursos naturais e do combate aos efeitos das mudanças climáticas, foram algumas das soluções abordadas no programa PT Conexões Brasil desta quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente.

Apresentado pela secretária de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, o debate teve a participação da professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), Liza Andrade; do secretário nacional de Meio Ambiente do PT, Saulo Dias e, virtualmente, do ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, que fez um resumo das ações da sua pasta no estado e destacou que o presidente Lula lidera uma grande discussão mundial sobre a transição energética.

“O cenário que estamos vivendo faz com que as pessoas percebam que esse não é mais um debate, uma possibilidade ou uma tese. É o debate de uma realidade que está batendo à nossa porta, para não só debatermos mas para sabermos sobre como nos portar diante disso, que muitas pessoas já dizem que é o ‘novo normal’”, afirmou o ministro, ao lembrar que nessa mesma época em 2023 o RS tinha 300 municípios em situação de emergência devido à estiagem.

“A maneira de fazer cidades tem que mudar. A transição ecológica tem que acontecer, senão a gente vai cada vez mais para o fundo do poço. Há 50 anos, desde a reunião de cúpula da ONU em Estocolmo, os cientistas já previam que meados do século 21 a gente ia entrar em colapso. Estamos começando antes”, alertou Liza Andrade.

A humanidade, segundo ela, está sob constante ameaça de destruição e é necessário pensar na reconstrução a partir da criação de comunidades resilientes e engajadas. As políticas precisam ser direcionadas para as populações mais vulneráveis, estabelecendo parceria e criando planos comunitários. “Eu trabalho com a ciência cidadã. Como vamos trabalhar com a situação de risco dessas populações é um desafio muito grande”, apontou.

Cidades sustentáveis, com políticas públicas mais sustentáveis, permitem que os territórios e as pessoas consigam ter uma cidade confortável, com infraestrutura razoável. A perspectiva necessária é integrar áreas do conhecimento e saberes.

“A gente perdeu a noção de como fazer ambientes mais sustentáveis, mais integrados à natureza. Precisamos ter uma noção maior de como viver em comunidade, porque fomos perdendo isso com o tempo. Precisamos aplicar soluções simples, baseadas na natureza”, assinalou. É preciso, segundo ela, questionar sobre outras maneiras de fazer as cidades e as construções, pois há poucos investimentos em construções mais sustentáveis.

“O meio ambiente tem a ver com o futuro que queremos. Quem não se preocupar com isso, infelizmente vai estar contribuindo para o fim da vida humana na Terra. Temos que popularizar essa conversa”, salientou, ao enfatizar a necessidade de populações mais engajadas. É preciso estabelecer, por exemplo, um estado de alerta junto com a Defesa Civil, com o Corpo de Bombeiros, para que se possa uma ter comunicação mais presente e as pessoas se prepararem melhor.

“Isso vai ser para todo mundo; vamos viver momentos muito difíceis. É cada vez mais difícil pensar nesse futuro. Mas se a gente se preparar nesse engajamento e nessa solidariedade, a gente consegue enfrentar melhor. A população tem que estar junto nesses planos comunitários”, ressaltou, ao contar que a Colômbia está elaborando mais de 300 planos comunitários. O Brasil tem que investir, além dos planos municipais de redução de riscos, também nos planos comunitários de adaptação às mudanças climáticas.

O grande dilema dos tempos atuais, segundo Saulo Dias, é como garantir que as pessoas tenham alimentação digna, que tenham casa, condições confortáveis de sobrevivência e, ao mesmo tempo fazer a preservação do meio ambiente. “Isso talvez seja o maior dilema do século XXI. Como vamos fazer para conseguir tudo isso sem acabar de vez com o meio ambiente”, refletiu o secretário de Meio Ambiente do PT.

Negacionismo e reconstrução

Sobre o Rio Grande do Sul, Liza considera a oportunidade para que se possa reconstruir o estado de uma maneira mais sustentável e mais equilibrada do ponto de vista climático. Para Saulo Dias, a tragédia sem precedentes do sul tem como um dos maiores desafios da reconstrução não apenas fazer novas estradas e novas casas, mas também pensar o que melhorar para que a tragédia não se repita

“Só vamos conseguir garantias para evitar o que aconteceu no sul se houver participação das pessoas. Não existe como criar qualquer plano de evitar que aconteça novas tragédias sem que a população participe”, salientou Saulo, ao dizer que o governo federal acabou de lançar a Conferência Nacional de Meio Ambiente. “E esse ano temos eleições municipais, temos que saber as pautas dos candidatos”, alertou.

A questão das fake news, Saulo avaliou como muito violenta num primeiro momento. A extrema direita tentou criar uma narrativa para desqualificar não só o papel do governo, mas o papel do Estado como um todo, desvalorizando as políticas públicas.

“Incentivaram uma ideia de cada um por si, do povo pelo povo. Mas na medida em que os dias foram passando, esse discurso foi perdendo a aderência porque as pessoas foram se dando conta de que na hora do ‘pega para capar’, é o poder público, é o estado, é o governo que tem condições de dar uma resposta”, sintetizou.

A grande maioria dos gestores públicos do país não se preocupam com a questão ambiental e muitos são, inclusive, negacionistas. “Quem está investindo, quem tem muita preocupação com a questão ambiental é o nosso presidente. Os demais, devido à negação da verdade e da realidade, enquanto se produz mentira e não se aceita verdade, vamos continuar perdendo vidas”, lamentou.

PT na vanguarda da defesa do meio ambiente

“A pauta ambiental é histórica no nosso partido”, destacou Paulo Pimenta. O PT elabora documentos sobre mudanças climáticas e sobre a prevenção às grandes tragédias há muito tempo.

“A presidenta Gleisi, quando era ministra da Casa Civil preparou um plano para evitar essas tragédias. Desde a sua criação com Chico Mendes e a ministra Marina, o PT vem alertando sobre o impacto da carbonização exagerada, sobre o impacto da industrialização selvagem desregulada que aconteceu”, declarou Saulo.

A bancada do PT votou pela aprovação de projetos favoráveis ao meio ambiente e contra os prejudiciais. “O PT tem clareza de que não existe futuro se a gente não tiver políticas fortes de preservação do meio ambiente”, disse ele.

Gleide ressaltou que o PT sempre esteve na vanguarda na pauta da defesa do meio ambiente. “A maior expressão disso é o tanto que a nossa Fundação Abramo se dedica à produção de estudos e de políticas de preservação do meio ambiente. O PT contribui com as políticas que os nossos governos implementam

O governo do presidente Lula, desde o primeiro momento, tem a presença muito forte do meio ambiente em todas as áreas trabalho, destacou o ministro Pimenta, ao falar do reconhecimento do trabalho do governo federal, do compromisso do presidente Lula com a pauta ambiental que é uma pauta histórica do partido. “Tudo isso só amplia ainda mais nossa responsabilidade”, disse.

Da Redação