“Ô lê o lê o lê o lá, Lula, Lula!” esse foi o som das vozes de centenas de pessoas, em meio a dezenas de bandeiras levantadas, na abertura da Convenção Estadual do Partido dos Trabalhadores do estado de São Paulo. Com muita alegria e disposição, trabalhadores e trabalhadoras se reuniram no Sindicato dos Metalúrgicos, onde debateram as candidaturas de Jilmar Tatto e Eduardo Suplicy para o senado e Luiz Marinho como governador.
Para dar início à convenção, a professora da faculdade de Odontologia da USP e ex-primeira-dama de São Paulo, Ana Estela Haddad leu a carta enviada pelo ex-presidente Lula para os companheiros de partido e o povo paulistano. No texto, Lula fez questão de ressaltar o companheirismo dos três candidatos. “Luiz Marinho, Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto, saibam todos vocês, companheiros e companheiras, que estamos juntos em todos os lugares, em cada canto deste país onde brilha a chama da esperança”.
O coordenador do programa de governo de Lula, Fernando Haddad, abriu as falas do evento com muito orgulho e admiração pelos candidatos. Ele aproveitou para criticar a antiga gestão do estado e afirmar que a população de SP precisa receber mais respeito por parte dos governantes. “Marinho, você vai me prometer tirar os tucanos do poder e vingar o povo de São Paulo por tudo que eles sofreram no governo Dória”.
O candidato Eduardo Suplicy se emocionou ao apresentar sua candidatura. “Queridos, está acontecendo algo maravilhoso aqui que me faz lembrar a vibração de anos atrás quando fui convidado pela primeira vez a entrar na sede do PT, hoje tenho 77 anos mas estou com energia e disposição pra estar com todos vocês, e tenho certeza que cada um aqui está me transmitindo um pouco dessa energia”.
Suplicy também reforçou que Lula pode e será o candidato do PT. “Nós temos a alegria de ter Lula líder em todas as pesquisas, ele ganha disparado de todos os adversários”.
Jilmar Tatto, também candidato ao senado, fez questão de lembrar que é filho de agricultores e professor de história, e que por isso pretende que seu governo seja voltado a valorização dos trabalhadores rurais, dos professores e profissionais da educação, assim como as demais carreiras que atualmente estão sucateadas.
“Tudo que eu sou na minha vida eu devo ao PT, vocês não imaginam a emoção que eu senti em ouvir a carta de Lula. Eu quero governar para as minorias, que na realidade são a maioria do povo. Tem uma frase que eu gosto e que faz todo sentido pra gente: ‘Nada causa tanto horror à elite do que mulheres e homens que ousam sonhar’ e é isso que nós fazemos, sonhamos e corremos atrás de realizar esses sonhos”, declarou Tatto.
Os candidatos falaram também sobre a vergonha que é o atual governo golpista, e a indignação que sentem ao ver tudo que os governos petistas construíram ao longo dos anos ser desmontado por uma elite que não se importa se o pobre está cozinhando com lenha pois não consegue mais pagar os valores absurdos do gás de cozinha.
“O golpe não foi só para tirar a Dilma e o PT, mas sim para vender nossas riquezas e destruir nosso país”, denunciou Tatto.
Sobre a candidatura de Lula que será registrada no dia 15 de agosto, Tatto garantiu que não existe outro plano para o partido. “Nós vamos eleger Lula no dia 7 de outubro, não vamos aceitar a mídia tentando colocar outro candidato, nós vamos jogar o jogo mas nós escolhemos o jogador”.
O candidato a governador do estado, Luiz Marinho, reforçou que o ex-presidente vai, sim, se candidatar e mais do que isso vai ser o presidente. “Quero ser governador para governar junto com Lula e recuperar o Brasil”.
“O destino quis que um dia o operário que sabe o que é acordar de madrugada para planejar uma greve, agora organize um compromisso com todos os trabalhadores e trabalhadoras de São Paulo”, disse Marinho.
Ele declarou que seu governo será voltado a reconstruir o que os governos tucanos destruíram em São Paulo, para que o estado possa finalmente alcançar sua soberania e ser exemplo em educação, infraestrutura, segurança para o mundo. “Quero ser reconhecido por construir escolas e não como construtor de presídios”, manifestou.
O Deputado Federal, Vicente Cândido, também esteve presente e falou sobre as dificuldades que um estado tão grande enfrenta, e agradeceu a toda a militância por estar presente “em um ato que vai mudar a história de São Paulo e vai eleger um operário como governador e um operário novamente como Presidente da República”.
Uma das surpresas do dia foi a presença do Deputado Federal, Orlando Silva, do PCdoB, que participou ativamente do ato e anunciou que seu partido vai apoiar as três candidaturas. “Eu vim aqui pessoalmente fazer um convite com muito carinho aos companheiros, eu quero que os três compareçam amanhã na assembleia legislativa do estado de São Paulo, porque nesse momento o Partido Comunista do Brasil vai anunciar o apoio para governador do estado a Luiz Marinho, para Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto ao senado. Uma decisão que nós construímos com nossos militantes e dirigentes.”
Ele ainda deu ênfase a importância desse apoio entre as esquerdas. “Quando entrei no sindicato, um jornalista me abordou e perguntou ‘mas e aí? vai ser só vocês e o PT? Vocês não terão aliados?’ e eu respondi ‘Vamos, nós teremos muitos aliados, teremos milhões, teremos como aliados trabalhadores e trabalhadoras de São Paulo, o povo que não aguenta mais esse estado governado pelos tucanos”, disse.
Aumentando ainda ainda mais o nível de animação da militância presente, durante a convenção foi apresentado um vídeo com depoimentos de diversos parlamentares, da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann e do ex-presidente Lula, que transmitiram mensagens de força e resistência para o povo de São Paulo.
Luiz Marinho reiterou a necessidade da força da militância e da população para que os trabalhadores e trabalhadoras possam recuperar os espaços e direitos que lhes estão sendo tomados. “Daqui nós precisamos sair e dizer que o projeto de vida melhor para trabalhadores e trabalhadoras passa por Lula presidente”.
Para finalizar o ato se formou um grande coro com todos candidatos e pré-candidatos no palco cantando “Partido, Partido, é dos trabalhadores”.
Por Jéssica Rodrigues, da Redação da Agência PT de Notícias