A tarefa do Partido dos Trabalhadores em 2017 é mobilizar a população pelas eleições diretas para presidente da República e para barrar as pautas do retrocesso, impostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Essa é a avaliação do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ).
Isso porque, para ele, apenas com mobilização e povo nas ruas será possível enfrentar as agendas do retrocesso, simbolizadas, sobretudo, nas reformas da Previdência e trabalhista.
Damous acrescenta que a resistência não virá do Congresso Nacional, “na sua grande maioria composto pelo que há de pior aqui no Brasil”, nem do Poder Judiciário, que “hoje é um poder associado ao golpe e ao retrocesso”.
“Nós temos que enfrentar a agenda do retrocesso. E derrotá-la. O grande papel do PT é se associar aos movimentos sindicais, aos movimentos sociais e populares para derrotar essa agenda do retrocesso. Essa é a nossa tarefa, a nossa principal e talvez única tarefa: mobilizar a população”, enfatizou.
Para o petista, um governo ilegítimo, que não consegue governar e está impondo retrocessos aos direitos, precisa ser tirado do poder.
“O País é governado hoje por uma quadrilha, uma camarilha de bandidos. Esse governo tem que ser derrubado democraticamente. E a forma de derrubar um governo ilegítimo é no voto. É isso que nós temos que reconquistar nas ruas também”, afirmou.
Nesse cenário, as ‘Diretas Já’ é uma pauta permanente, avaliou Damous, pois “vivemos em um regime inconstitucional” desde o golpe que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff.
“As ‘Diretas Já’ são uma imposição desse contexto. Nós precisamos recuperar nossa democracia. E para isso temos que recolocar no patamar de que foi retirado a soberania popular, que é o voto. Um governo só pode ser legítimo se ele for eleito pela maioria da população”, apontou.
Congresso do PT
A democracia interna do PT também precisa ser recuperada, opinou o deputado petista, ao falar da sua expectativa para o 6º Congresso Nacional do PT, que acontecerá este ano.
Para ele, o PT foi perdendo a sua identidade ao longo do tempo.
“A democracia no partido foi sendo solapada. Então nós temos também que recuperar a democracia interna no partido. As discussões têm de ser amplas, abertas, e elas devem resultar exatamente na recuperação da identidade do PT. Um partido ligado às suas bases, ligado aos movimentos sociais, um partido que emergiu do povo brasileiro, dos trabalhadores brasileiros”.
Damous espera que o Congresso do PT “abra caminho para isso”, sendo um momento “democrático, amplo, que todas as posições sejam respeitadas”.
De acordo com o deputado, o PT tem de reconhecer seus erros e admitir que precisa mudar. E declarou que o golpe foi, de alguma forma, facilitado pelos erros do partido.
“Nós não podemos permanecer como estamos ao longo desse tempo. Nossos governos foram vítimas de um golpe, mas nós facilitamos esse golpe, nós cometemos erros e esses erros têm de ser corrigidos, admitidos e corrigidos. E corrigidos para que eles não voltem a acontecer”, ressaltou.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias