Partido dos Trabalhadores

PT indicará nomes para compor a CPI da CBF

Comissão vai investigar denúncias de corrupção da Confederação Brasileira de Futebol

A liderança do PT no Senado indicará nesta terça-feira (16) os nomes dos parlamentares que irão representar o partido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar denúncias de corrupção na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A CPI pretende apurar suspeitas de irregularidades em contratos para a realização de campeonatos realizados pela CBF e de partidas da seleção brasileira. A Copa do Mundo no Brasil e a Copa das Confederações também serão alvo da comissão.

De acordo com o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a atuação da CPI poderá trazer à luz uma série de problemas que envolvem a gestão do futebol brasileiro. “Pode também permitir a discussão sobre mudanças que precisam ser feitas no âmbito administrativo do futebol brasileiro”.

A comissão do Senado foi criada em 28 de maio, um dia depois da prisão do ex-presidente da CBF, José Maria Martin, durante operação do FBI sobre o esquema de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Contratos irregulares – A CBF é acusada pela justiça norte-americana de corrupção em acordos comerciais. Reportagem publicada no sábado (13), pelo “Wall Street Journal”, aponta irregularidades em acordo de patrocínio de US$ 160 milhões firmado entre a empresa Nike e a confederação.

A relação da Nike com a CBF foi alvo de uma CPI em 1998. Em 2001, ano de encerramento da comissão, o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi acusado de diversos crimes e o contrato com a multinacional foi revisto.

“Esse contrato da CBF com a Nike vai ser objeto de investigação aprofundada. Se houver indícios de pagamento de propina para beneficiar determinados segmentos ou suspeita de algum tipo de exploração por parte de outras empresas, elas também serão investigadas”, alerta Humberto Costa.

MP 671 – O Congresso Nacional também debate a MP 671/2015, conhecida como MP do Futebol. A medida abre espaço para o funcionamento de ligas na organização e administração de competições de futebol. Além disso, cria o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), que prevê o refinanciamento de R$ 4 bilhões em dívidas dos clubes ao governo.

Pelo texto original, assinado pela presidenta Dilma Rousseff em 19 de março, os clubes que aderirem ao programa de refinanciamento terão que melhorar sua gestão e comprovar o pagamento, sem atrasos, de salários e direitos de imagem dos atletas.

Presidentes de clubes e federações não poderão ter mais que dois mantados seguidos de quatro anos. A MP precisa ser aprovada pela comissão mista até 17 de julho. O relatório do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) deveria ter sido votado no último dia 10, mas não houve quórum suficiente.

“O pior caminho, se é que realmente o que estamos constatando, é um movimento intencional, é não chegarmos a nada. Fica parecendo que as pessoas querem deixar tudo da forma que está, inclusive os graves problemas que estão sendo objeto de denúncia agora”, disse Humberto Costa, ao denunciar o esvaziamento proposital da comissão em matéria do site “PT no Senado”.

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias