O Brasil está de luto com a passagem de um dos maiores artistas do designer gráfico mundial. Elifas Andreato era ilustrador, cenógrafo, pintor, fotógrafo e tudo mais que podíamos imaginar.
Autor de mais de 300 capas de discos das maiores estrelas da MPB, de Chico Buarque a Paulinho da Viola e Martinho da Vila, passando por Vinicius de Morais, Zeca Pagodinho e Criolo, Elifas Andreato retratou as cores e as formas da nossa cultura popular.
Teve uma infância pobre, nasceu em Rolândia, no interior do Paraná, e ainda jovem foi criado nos cortiços de São Paulo, até ser descoberto quando trabalhava em uma fábrica de fósforos. Fez estágio em agência de publicidade, chegou até a Editora Abril, quando teve enorme destaque em 1970, com o lançamento da coleção de fascículos História da Música Popular Brasileira.
No período da ditadura, integrou a equipe de jornais da imprensa alternativa, fez cartazes para peças de teatro censuradas pelo governo militar, lutou pela redemocratização e pelo fim do regime autoritário.
Elifas Andrato amou o Brasil apesar de todas as desigualdades que fazia questão de denunciar em suas obras. A cena do Menino correndo com a Bandeira Nacional, deixando um rastro de estrelas, é um marco nas artes gráficas brasileiras. Resume e revela toda a grandeza e beleza da obra do artista.
O seu último trabalho foi o desenho criado para a capa da cartilha do Comitê Popular de Luta do PT.
A cultura popular perde um dos seus maiores defensores. Nós, os brasileiros e brasileiras sobreviventes desse governo nefasto de Jair Bolsonaro, agradecemos o legado deixado por Elifas Andreato. Sua luta sempre será a nossa luta! Aos familiares e amigos, nossos sinceros sentimentos. Descanse em paz, companheiro!