O ginásio da Portuguesa, na capital paulista, amanheceu lotado, neste domingo (15). Militantes do PT tomaram as arquibancadas para presenciar a formalização da candidatura do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. Padilha falou de suas propostas para o estado e criticou os problemas de gestão do governo do tucano Geraldo Alckmin. No ato, também foram oficializadas a candidatura de Eduardo Suplicy, na disputa ao Senado, e de deputados estaduais e federais do PT.
Padilha criticou, em diversos momentos, a gestão da educação pelo PSDB no estado. “Nos lugares onde o governo do PSDB passou, só criou presídios. Nós vamos criar escolas técnicas”, prometeu. O ex-ministro pretende convocar universidades estaduais e federais para a criar academias de formação e valorização de professores. Outra meta do candidato é implementar, em 100% das escolas estaduais, a internet banda larga.
Sobre transportes, Padilha prometeu ampliar as linhas de metrô para cidades da região metropolitana, como Guarulhos, região do ABC e Taboão da Serra. Ele também quer implantar o bilhete único para as regiões metropolitanas da capital, do litoral e do interior. “Nossa união é para acabar com a lentidão, a falta de planejamento e de investimento do governo tucano”, afirmou.
Tsunami de Aécio
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente no evento, aproveitou para rebater as críticas do candidato tucano à Presidência, senador Aécio Neves. Em convenção do PSDB, realizada no sábado (14), Aécio disse que um “tsunami” iria varrer o PT do governo federal. Irônico, Lula sugeriu, então, que ele usasse o tal tsunami para levar água ao Sistema Cantareira e, assim, resolver a crise de gestão do abastecimento de água da cidade de São Paulo.
Alexandre Padilha engrossou o coro ao dizer que o tsunami tucano sequer leva água ao povo paulista e que, nesse tema, o discurso do governo estadual é incompatível com as ações. “Em janeiro, enquanto a Sabesp fazia campanha no rádio e na TV para redução do uso de água, o consumo no Palácio dos Bandeirantes aumentou em 20%”, lembrou.
A presidenta Dilma Rousseff, por meio de vídeo, ressaltou a necessidade de haver mais transparência do governo estadual com a população de São Paulo. “O povo precisa saber o que acontece aqui e não pode mais confiar em volume morto. Você é o volume vivo de que São Paulo precisa”, disse Dilma diretamente a Padilha.
Para o presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, Aécio foi traído pela própria ira por não se conformar com o fato de o governo Lula, seguido pelo da presidenta Dilma, ter mudado o país. “Os ventos da mudança a que ele se refere fez por Minas Gerais o que ele não fez: cuidar dos pobres”, afirmou Souza.
Contra o ódio
Lula lembrou aos candidatos que essa será uma campanha atípica e perigosa, haja vista que, em 2002, o foco era combater o medo nas eleições e, agora, o inimigo é o ódio. O ex-presidente criticou, duramente, os xingamentos direcionados a Dilma na abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians. “O ódio deles contra nós não é porque não sabemos governar, mas, sim, porque, pela primeira vez, a elite conservadora viu que temos mais competência para governar”, afirmou.
“Em outros tempos, eles diziam que iam acabar com a nossa raça. Agora usam a palavra tsunami. Contra esse ódio, vamos jogar esperança”, completou o presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias