Em entrevista publicada pelo site da Fundação Perseu Abramo (FPA), Guilherme Mello, professor do Departamento de Política e História Econômica da Unicamp, comenta algumas das propostas econômicas contidas no Plano de Governo apresentado pelo PT. Integrante dos Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPP’s), Mello é um dos elaboradores das propostas econômicas do Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, elaborado pelo PT e pela Fundação Perseu Abramo, com participação de outras forças políticas.
De acordo com ele, antes qualquer coisa, um futuro governo democrático e popular deverá colocar como prioridades a inversão da lógica tributária brasileira – ricos pagariam mais, pobres pagariam menos –, a reforma bancária e a alteração das regras fiscais. Inclusive, segundo ele, para possibilitar um modelo de desenvolvimento construído de baixo para cima, em que prevaleça a noção orientadora das “missões sociais”, outra proposta contida no Plano.
Leia a entrevista, também em versão vídeo no site da Fundação Perseu Abramo.
Para retomar o crescimento e construir um ciclo de desenvolvimento de longo prazo, com diminuição das desigualdades sociais, o Brasil precisa adotar um projeto que defina as prioridades e as ações a partir das necessidades e, principalmente, das ideias de municípios e estados, afirma o economista. O governo federal deixaria de ser o detentor das soluções e passaria a ser um facilitador, um coordenador geral, defende Mello.
“Você não pode mais pensar de cima para baixo, tem que pensar do território para cima. O governo federal não é o iluminado que vai dizer para cada um que o que eles devem querer. Ele é o facilitador, o coordenador, planejador, que vai construir esse planejamento junto com a sociedade e com as diferentes esferas da federação”, afirma Guilherme Mello, professor do Departamento de Política e História Econômica da Unicamp.
Isso representaria uma mudança até mesmo na comparação com os governos federais petistas. “Não dá para dizer: ‘olha, está muito difícil, vamos tentar outro caminho’. Não há outro caminho. As possibilidades de crescer e se desenvolver sem enfrentar esse sistema se esgotaram”, afirma o economista.
Do site da Fundação Perseu Abramo (FPA)