A bancada feminina na Câmara dos Deputados cobrou, em ato público realizado na terça-feira (5), a adoção da cota mínima de 30% de presença das mulheres nos parlamentos. A mobilização visa garantir a adoção de regras na reforma política em discussão para garantir maior presença feminina na política.
“É importante dizer que somos (as mulheres) mais da metade da população, portanto, 52% da população e menos de 11% no parlamento, e aqui na Câmara somos menos de 10% em 513 parlamentares, com apenas 50 deputadas e, de 28 partidos com representação, apenas 11 não têm representação feminina”, explicou a organizadora do ato, a deputada Moema Gramacho (PT-BA).
“Isso mostra que ainda temos muito que conquistar. E a reforma política pode ser um momento para isso”, completou a parlamentar.
A proposta da bancada feminina prevê que, na próxima eleição, 30% das vagas nos legislativos em todos os níveis sejam destinados às mulheres. O objetivo é chegar a 50% das vagas, de forma gradativa.
As parlamentares também defendem que ao menos 30% dos recursos do Fundo Partidário sejam destinados às mulheres dentro dos partidos. Além disso, a bancada quer o mesmo percentual para a participação feminina no tempo de televisão.
“Atrás de nós temos a foto de todas as parlamentares já eleitas para a Câmara, e esse número não representa nem a metade dos homens eleitos para a atual legislatura. Aqui está o exemplo de que o País precisa garantir uma maior presença feminina no parlamento”, observou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), se a reforma não contemplar os 30% das vagas nos parlamentos “não será uma reforma que contemple os anseios das mulheres”.
Representando o governo, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci também defendeu a cota de 30% das mulheres nos parlamentos. “As mulheres precisam ter assegurada a cota para terem condições de participar da vida política do País. Hoje falta apoio político dentro dos partidos, além de apoio financeiro”, observou.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações de Héber Carvalho, do PT na Câmara