A força das manifestações populares, o papel do Partido dos Trabalhadores na sociedade e a defesa dos direitos sociais foram alguns dos temas centrais debatidos na décima edição do Fórum de Conjuntura Eleitoral do GTE PT-SP, realizado na noite de quarta-feira (19), na sede estadual do PT-SP.
Responsável pela apresentação, o historiador e conselheiro da Escola Nacional de Formação do PT, Rodrigo César, abordou assuntos da atual conjuntura, desde a fundação do partido, das conquistas sociais promovidas nos últimos 12 anos promovidas pelas gestões do PT, até o poder das manifestações, da luta contra o golpismo e a manutenção do governo da presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com o palestrante, o PT precisa sair da defensiva tática e adotar ofensiva estratégica, a fim de conseguir equacionar estratégias democráticas populares para o século XXI.
“É uma questão que o partido deve debater mais profundamente para sair da tormenta. Nós existimos por uma razão, que é a defesa da classe trabalhadora e dos interesses imediatos estratégicos, para construir um mundo sem explorados e exploradores, enfim, um mundo socialista”, avaliou.
O coordenador do GTE PT-SP, Rodrigo Funchal, classificou as intervenções qualificadas dos participantes e a qualidade do palestrante como essenciais para a excelência do debate.
“Um dos objetivos deste espaço é dialogar e ouvir, de maneira democrática, todos e todas que buscam contribuir com o fortalecimento do partido, por meio de críticas construtivas, e vislumbrem um presente e futuro promissor nos resultados do próximo ano”, afirmou.
Lideranças como o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Gouveia e o coordenador da Macro ABC, Claudinho da Geladeira, participaram da atividade.
Em decorrência das agendas de última hora, o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, e a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, não participaram do encontro.
Iniciativas – Rodrigo César analisou que o partido precisa orientar um discurso que dialogue com o programa de governo vitorioso nas urnas, no ano passado, e contemple os anseios da classe trabalhadora.
Para isso, a presidenta Dilma necessita adotar medidas para a mudança da política econômica “como baixar a taxa de juros, investir na construção civil, que traz retorno mais rapidamente ao país e enviar ao Congresso Nacional, o projeto da taxação de grandes fortunas”.
“Para termos êxito na defesa da democracia é preciso mudar a política econômica. E só vamos ter forças para mudar a política econômica, se defendermos a democracia e afastar o fantasma do golpismo. Só vamos chamar a classe trabalhadora para defender a democracia, se ela perceber que esta democracia não é resumida àquela que beneficia as instituições”, ponderou o historiador.
Democracia e o golpe – Ao longo do século XX, o Brasil foi alvo de tentativas sucessivas de golpe, sendo que muitas tiveram êxito, até os anos 1980, com a reabertura democrática, que garantiu ao povo brasileiro, a retomada das eleições diretas no país.
Na opinião de Rodrigo César, o sentimento do golpismo continua presente na formação ideológica da direita e da burguesia brasileira. “A ofensiva ideológica do conservadorismo se intensificou desde que o PT assumiu a presidência da república (em 2003). Um dos objetivos da direita é encerrar o ciclo do PT na presidência do país, retirar os direitos sociais e alinhar com a política neoliberalista e os interesses imperialistas”, descreveu.
“O dia 20 de agosto é fundamental para dar resposta aos setores conservadores que fazem oposição ao PT”, completou César.
Poder das manifestações – As comparações entre as manifestações de 2013 e 2015 também foram bastante comentadas no debate. De acordo com Rodrigo, ambas mobilizações atendem às motivações diferentes.
“Em junho 2013, os movimentos nas ruas tinham uma pauta que unia reivindicações nas melhorias dos serviços essenciais e dos direitos do povo. Nos atuais (movimentos), a direita conservadora adotou uma postura em pedir o impeachment ou a renúncia da presidenta Dilma, enquanto setores de esquerda continuam na defesa dos direitos da população e de um governo que foi eleito legitimamente nas urnas”, afirmou.
Segundo ele, a primeira manifestação do ano, no dia 13 de março, foi fundamental para elevar a moral da militância e manter a chama acesa para posteriores mobilizações.
Frente pela Democracia – Integrantes da executiva do PT Paulistano, Luciano Barbosa e Chiquinho citaram a criação da Frente #TodosPelaDemocracia como medida para reforçar a mobilização e a reaproximação com os movimentos populares e organizados da sociedade.
Entre as entidades participantes da frente estão juristas, intelectuais, artistas, líderes religiosos, movimentos sociais e sindicais como: CTB, CUT, CSB, CMP, Consulta Popular, FLM, UMM e partidos políticos (PCdoB, PT, PCO e PDT).
No próximo dia 19 de setembro, a Praça da Sé será palco de grandes atividades da Frente, como Fórum de debates e rodas de conversas com a sociedade.
Próxima edição – O Fórum de Conjuntura Eleitoral do GTE PT-SP realizará o décimo primeiro encontro no próximo dia 2 de setembro, às 19h, na sede do PT-SP. O espaço é aberto para a participação dos militantes, dirigentes, parlamentares, prefeitos, prefeitas e vices, coordenadores e coordenadoras de Macros, representantes dos movimentos sociais e entidades da sociedade civil.
Por Fábio Sales, para a Agência PT de Notícias