Informação, energização e mobilização! Palavras mágicas para o PT fortalecer a imagem junto ao povo brasileiro. O Fórum de Conjuntura do GTE PT-SP mais uma vez contribuiu para o debate sobre os rumos do partido, durante a palestra “Comunicação e Gestão de Imagem em Tempos de Crise”, realizada na quarta-feira (15), na sede estadual do PT-SP.
Apresentada pelo jornalista especialista em marketing político, Justino Pereira, a exposição lotou o auditório José Cândido, com cerca de 80 pessoas que participaram ativamente do encontro, com produtivas intervenções para o Partido dos Trabalhadores restabelecer a sua história e hegemonia na sociedade.
Segundo o palestrante, a ferramenta mais poderosa de comunicação e mobilização do PT é a organização e a junção da base de filiados e filiadas em redes on-line e off-line.
“O que está em jogo são 35 anos de historias e a construção de uma marca que atingiu seu ápice na última década. Temos todas as condições de fazer o projeto perdurar e preservar o núcleo estruturante do PT, que é a grande força do partido, a militância”, avalia Justino, que atualmente ocupa a secretaria-adjunto de Governo da Prefeitura de Guarulhos.
Para o campo teórico se transformar em ações exitosas, o material humano precisa ser informado, formado, energizado e mobilizado. “A tecnologia atual permite organizar redes a custo relativamente baixo, por meio do Facebook, WhatsApp… Com isso reforçaremos a autoconfiança e preservaremos o núcleo petista com base sólida de argumentos para o enfrentamento da atual conjuntura”, entende o palestrante.
Obama – Justino ainda citou, como exemplo mais notório de resultados permanentes, a campanha vitoriosa de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos, em 2008.
“Ele (Obama) não ganhou a eleição por causa da internet, e sim porque organizou o seu exercito de apoiadores para fazer com que o grupo fosse entregar o material na casa das pessoas. Organizou 10 milhões de seguidores, numa rede que extrapolou os limites virtuais e atuou fisicamente em bairros, construindo um ambiente de pensamentos em comum”, relembra.
A rede Obama For America virou Organizition For Action e articula milhões de ativistas em todo os Estados Unidos, atuando na defesa das causas do presidente.
“A organização da rede de filiados é o pontapé inicial para manter os apoios, recuperar a imagem do PT, ampliar o diálogo com setores da sociedade e sair de fato da defensiva”, indica Justino.
Vale lembrar que o Partido dos Trabalhadores tem experiência exitosa neste sentido, ao ser pioneiro nos métodos de participação popular para a elaboração de prioridades das demandas da sociedade aos governos petistas, por meio da criação do OP (Orçamento Participativo), ainda na década de 1980.
Participação – Diversas lideranças prestigiaram o encontro como a secretária nacional de Relações Internacionais do PT-SP, Mônica Valente; o secretário de Relações Governamentais do Governo Haddad, Alexandre Padilha; a secretária estadual de Mulheres do PT-SP, Marta Domingues, a Martinha; o secretário estadual de Finanças do PT-SP, Antônio dos Santos; o coordenador estadual do GTE PT-SP, Rodrigo Funchal; a integrante da executiva estadual do PT-SP, Vivian Mendes; o chefe de gabinete da presidência estadual do PT-SP, Humberto Tobé, além de militantes, presidentes de diretórios, dirigentes, representantes de assessorias parlamentares e coordenadores de Macros, dentre eles, Claudinho da Geladeira (ABC) e Angelo Barreto (Campinas).
Dentre os questionamentos apresentados estão a organização, cadastro e identificação de aproximadamente 1,7 milhão de filiados e filiadas em mais 5 mil municípios brasileiros; a manipulação dos veículos de comunicação, em especial as emissoras de televisão; e a influência das redes sociais nos debates cotidianos.
“Da mesma forma que aprendemos a se organizar em comunidades eclesiais de base e nos movimentos sociais, temos a capacidade de se organizar nas redes sociais, sem achar que isso é panaceia (cura para os males) ou seremos perfeitos… Mas temos que nos se dedicar e manter os sonhos para continuar mudando a realidade do povo brasileiro”, analisa Padilha.
“Temos que dar um salto de qualidade nas informações cadastrais dos filiados e filiadas. Temos uma tarefa importante no estado de São Paulo na questão do conteúdo. Como vamos priorizar a relação do partido com as pessoas? Alguém vai priorizar o PT como fonte de informação se tivermos algo a acrescentar e as mesmas se sentirem incluídas no campo orgânico do partido”, pondera Martinha.
Preservar a reputação – Um dos caminhos para a preservação da imagem do PT é a reputação histórica construída ao longo das três décadas e meia de fundação do partido. As principais características da marca petista de atuação na sociedade, como a ligação e preocupação com os mais pobres e injustiçados, a igualdade de oportunidades ainda estão enraizadas no Partido dos Trabalhadores.
“No imaginário das pessoas, sejam simpatizantes ou não do PT, estas qualidades são reconhecidas como parte da raiz que o diferencia dos demais partidos”, relata Justino.
“Por isso o mais importante é preservar a reputação, que é uma soma da credibilidade e confiança. Um partido pode sofrer derrota eleitoral gigantesca, mas mesmo assim, se conseguiu manter a reputação intacta, pode renascer em outro momento. É o bem maior da política. É o principal capital”, explica o palestrante.
Entender a crise – Amplo estudo para entender o círculo vicioso dos ataques de setores da grande mídia, do estado e oposição contra o PT teria como meta ajudar a identificar o desgaste e quais características da imagem estão preservadas junto ao núcleo petista. Há exatamente uma década, o PT se tornou objeto de ataques ininterruptos e sistemáticos de grupos da direita conservadora brasileira, manipulados por parte da imprensa brasileira, que adotam a campanha “do quanto pior, melhor”, sem se preocupar em propor soluções para os problemas do país, mas apenas em destruir a imagem do Partido dos Trabalhadores.
Os governos Lula e Dilma, responsáveis pelas maiores transformações sociais do país, ao elevar o padrão de vida de milhões de brasileiros e brasileiras e tirar 25 milhões da extrema pobreza, se tornaram alvos daqueles que nunca fizeram nada pela redução da desigualdade no Brasil.
“A imagem comporta mais de uma interpretação. Embora muitos considerem Lula o melhor presidente da história do país, uma parcela da população não admite as transformações sociais vivenciadas no país. Porém, apesar de todos os ataques brutais na reeleição do Lula (em 2006), a população não comprou a ideia. Daí, surgiu o slogan ‘Deixa o homem trabalhar’ e Lula foi reeleito”, relembra Justino.
Lançamento – O livro “Reforma política democrática – temas, atores e desafios”, da Editora Fundação Perseu Abramo, será lançado simultaneamente no próximo sábado (18/07), durante o “Dia Mensal de Mobilização” do PT-SP, em diversas cidades das 20 Macrorregiões do estado de São Paulo.
Presente ao Fórum de Conjuntura, Mônica Valente apresentou o livro ao público, que recebeu diversos exemplares, e explicou a motivação da produção do material.
“Durante muito tempo tivemos a luta pelas Direitas Já, pela Constituinte 1988, e pela democracia do povo brasileiro. Por isso é importante ler os artigos e saber por que é importante o tema para a vida politica e social do Brasil. Debater em roda de amigos, nos bairros, nos espaços públicos, pois é desta forma que vamos popularizar o tema Reforma Política. Não é um tema distante e pela nossa ação militante podemos facilitar o acesso das pessoas às informações contidas neste livro”, descreve a secretária de Relações Internacionais do PT.
A Fundação Perseu Abramo disponibiliza, de forma gratuita, todos os seus livros no Portal: novo.fpabramo.org.br , no link: http://goo.gl/rV5zgT
Próxima reunião – O Fórum de Conjuntura Eleitoral do GTE PT-SP realiza o nono encontro no dia 5 de agosto (quarta-feira), às 19h, na sede do PT-SP. Como fruto da parceria com o “Projeto SP”, o tema proposto é “Seis meses de cortes do Governo Alckmin. Quanto São Paulo perdeu?”.
O espaço é aberto para a participação dos militantes, dirigentes, parlamentares, prefeitos, prefeitas e vices, coordenadores e coordenadoras de Macros, representantes dos movimentos sociais e entidades da sociedade civil.
Por Fábio Sales, do GTE-SP, para a Agência PT de Notícias