Osmar Borges um dos líderes da Frente de Luta por Moradia (FLM) mostrou a ocupação do prédio Columbia, que fica próximo ao edifício que desabou nesta última terça-feira, dia 1 de maio. Em diálogo com Paulo Fiorilo, presidente do Diretório Municipal do PT-SP, o líder do movimento falou sobre o problema habitacional e como se organizam as ocupações da FLM.
Extintores de incêndio em cada andar, treinamento para brigada de incêndio e orientação para colocar os botijões nas áreas externas, esses são alguns dos cuidados do Movimento nos prédios ocupados. O edifício Columbia, que fica na Avenida São João, abriga hoje 77 famílias e possui área onde artistas e movimentos culturais realizam atividades e um espaço para os moradores fazerem projetos mantidos por programas como o VAI (Valorização de Iniciativas Culturais).
Além deste prédio, a FLM organiza a ocupação de mais de 15 espaços na região do centro expandido. A maioria dessas ocupações é coordenada por mulheres. Sobre a manutenção do espaço, o movimento pede a contribuição de R$ 150 aos moradores para fazer a manutenção do prédio. O pagamento do valor não é critério para manter a família no espaço, as famílias desempregadas que não tem condições de contribuírem, não podem ser retiradas da ocupação.
Questão habitacional
De acordo com Osmar Borges, os baixos salários e o alto valor dos alugueis é o que motiva movimentos de moradia como o FLM a transformar prédios vazios em lugares decentes para moradia popular.
A política habitacional no estado de São Paulo foi abandonada desde o período Covas. O orçamento de 1% de ICMS (Imposto Sobre Mercadorias e Serviços) voltado para produção habitacional foi retirado e a gestão tucana de João Dória abandonou os investimentos de moradia.
Desde o golpe, com a retirada do governo Dilma da presidência, todos os recursos do Minha Casa Minha Vida foram congelados. No governo Lula e Dilma, além do investimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), havia recursos no valor de 100 mil por ano, voltados para parcerias com os movimentos de moradia popular. O governo ilegítimo de Temer reduziu o investimento de 100 para 35 mil e ainda não colocou nenhum tijolo para fazer unidades habitacionais.
Por Diane Costa, do Diretório Municipal do PT-SP