Em 2018, setores da mídia nacional apostaram no isolamento do Partido dos Trabalhadores e decretaram o desaparecimento da legenda. Ao mesmo tempo elegeram como exemplo de sucesso as grandes coligações patrocinadas pelo Centrão.
No entanto, a realidade do voto popular nas urnas desmentiu a expectativa antecipadamente criada. O PT chegou ao segundo turno na eleição presidencial com Haddad, sem seu principal candidato – Lula, perdendo para uma inédita e criminosa campanha fraudada por fake news. Ainda assim, ganhou a eleição para governador em importantes capitais.
Mal começaram as eleições deste ano e a mesma tentativa de promover o “isolamento” prévio do PT voltou às páginas de algumas publicações. Os fatos, no entanto, novamente mostram outra realidade, alerta o deputado federal José Guimarães, que coordenou o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do partido.
Falácia para inflar a direita
“Essa narrativa de que o PT está isolado é uma falácia”, aponta ele, destacando que o partido está disputando as eleições nos maiores centros políticos do país. “Em três capitais o PT têm alianças com o Psol, em outras 3 com o PCdoB, em cinco com a Rede e em duas com o PSB”, informa ele.
“Guimarães lembra que o partido vive um quadro bastante diferente de 2016, alvo de um golpe de Estado e das perseguições da Lava Jato. “Hoje já temos em torno de 1.500 candidaturas às prefeituras registradas no Tribunal Superior Eleitoral e já temos em torno de 29 mil candidatos a vereadores e vereadoras em todo o país”, destaca. “Somos o segundo partido em presença nos municípios”, afirma.
A tese do isolamento do PT também vem acompanhada de um contraponto apontando para um crescimento eleitoral do bolsonarismo. “Não sei onde é que o bolsonarismo avança porque em todas as partes do país não tem uma candidatura carimbada com Bolsonaro?”, questiona Guimarães.
Segundo ele, os candidatos vinculados à direita e à ultradireita estão com medo de se identificar com ele, a exemplo de Fortaleza. “Fortaleza tem um candidato ligado a ele (Bolsonaro). E até hoje ele não disse que é ligado a Bolsonaro. Porque ele sabe que os dois maiores transferidores de voto em Fortaleza são o governador Camilo Santana e o Lula”, diz.
A ideia do “avanço do bolsonarismo”, segundo Guimarães é artifício de quem que inflar a ultradireita que não tem projeto, que quebrou o país. “E que deverá ser derrotada nessas eleições”, afirma.
PT está preparado e posicionado
O PT está num processo de reconquista do eleitorado, define Guimarães. “O Lula é a principal liderança e transferidora de votos no país inteiro, inclusive em São Paulo”, ressalta. “Portanto, nós estamos preparados para unir as forças do campo democrático e popular antibolsonarista”, diz.
“A nossa presença está sendo valorizada porque o povo brasileiro conhece o legado dos ex-presidentes Lula e Dilma”, afirma. “As eleições de 2020 abrem um processo de disputa política e o PT está bem posicionado e mobilizado para vencer as eleições”, diz. “Nós vamos fazer a disputa necessária para reconquistar o poder em 2022”, completa.
Da Redação