A presidenta eleita Dilma Rousseff deve detalhar, nesta semana, em uma carta pública ao povo brasileiro e ao Senado, sua proposta de plebiscito sobre o futuro do País. Durante a entrevista exclusiva para a BBC Brasil, Dilma enfatizou que o o povo é quem irá orientar suas decisões.
“Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa. Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54 milhões e meio de votos”, disse Dilma.
A realização de um plebiscito depende de aprovação do Congresso Nacional. Dilma ressaltou que é necessário apenas o apoio da maioria simples dos congressistas para convocar um plebiscito.
“Acredito que nós temos que lutar para viabilizar o plebiscito. Pode ser difícil passar (no Congresso), a eleição direta foi também”, comparou a presidenta.
“Nós perdemos quando nós defendemos as Diretas Já e tinham milhões de pessoas nas ruas. Perdemos num momento e ganhamos no outro”, completou.
Segundo Dilma, não existe a hipótese de ela renunciar e seria “ingenuidade” achar que o golpista Michel Temer faria o mesmo gesto.
“Quando você tem um julgamento de um presidente sem crime de responsabilidade, nada mais oportuno do que esse presidente gentilmente sair da pauta. Não renuncio. Eu volto para o governo e faço um plebiscito. É essa a proposta. Não tem hipótese de eu fazer esse gesto tresloucado: renunciar”, afirmou.
Além disso, também pretende comparecer pessoalmente para fazer sua defesa quando o caso for julgado pelo plenário do Senado, entre final de agosto e início de setembro.
“Eu quero muito ir. Depende das condições. Como o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, presidirá (o julgamento), acredito que haverá condições”, afirmou.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Brasil 247 e da BBC Brasil.