Somente após novos deslizamentos de terra no último fim de semana, o prefeito de Salvador (BA), ACM Neto (DEM), solicitou à União cerca de R$400 milhões para a realização de obras de contenção e reestruturação das localidades afetadas. A reação é considerada tardia e uma tentativa de sair da paralisia.
“Essa reação é tardia. Foram 15 dias de perplexidade para então mostrar uma reação, e uma reação insuficiente”, critica o deputado federal Afonso Florence (PT-BA).
Para o parlamentar, o prefeito de Salvador estava “paralisado” diante da ausência de investimentos, o que aumentou os danos causados à população.
A capital soteropolitana foi palco de novos deslizamentos de terra no domingo (10) e, de acordo com a Defesa Civil, quatro pessoas morreram. No fim de abril, 14 pessoas perderam a vida da mesma forma e nada havia sido feito até a segunda tragédia acontecer.
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) registrou número recorde de ocorrências entre o dia 9 de abril e o último domingo. Foram 4.705 chamados.
Investimentos estaduais – O governo da Bahia, comandado por Rui Costa (PT), irá investir R$ 156 milhões, por meio do Programa de Contenção de Encostas em Salvador. A iniciativa beneficiará 98 localidades da capital baiana.
Segundo Florence, o governador irá também captar recursos junto ao governo federal. “Os recursos vão ter que vir por outros meios para suprir a ausência da prefeitura”, pontuou.
Os investimentos, em parceria com o governo federal, garantirão obras estruturantes nas regiões consideradas de alto risco de desabamentos e desmoronamentos. No dia 29 de março, aniversário de Salvador, Rui Costa entregou uma obra de contenção e assinou ordens de serviço para construção de encostas em outros bairros da cidade.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias