Cerca de oito milhões de jovens brasileiros tiveram que pensar, neste final de semana, sobre um tema que deixou de ser tabu quando o presidente Luis Inácio Lula da Silva sancionou uma lei, em agosto de 2006, que mudou a história da sociedade brasileira. A Lei Maria da Penha (Lei 11340/2006) criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e atacou de frente um antigo problema da sociedade brasileira: a agressão que não se denuncia e que ninguém vê.
Nessa segunda-feira, (26), o senador Paulo Paim (PT-RS) elogiou a escolha do tema pela banca que elaborou a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “O tema da redação fez com que aproximadamente oito milhões de jovens, dos quais quatro milhões e meio são do sexo feminino, refletissem sobre essa epidemia de violência contra a mulher, reflexo de uma sociedade patriarcal e machista”, disse o parlamentar, reproduzindo texto da secretária Eliana Menicucci, do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
Paim lembrou que o Enem é a segunda maior prova de acesso ao ensino superior do mundo – fica atrás apenas da China – e ver tantos brasileiros debatendo o assunto é “um avanço para toda a sociedade porque acaba com a banalização da cultura da violência”, disse.
Para o parlamentar gaúcho, “a construção de uma Pátria Educadora se faz a partir da discussão de questões que mudam a mentalidade, provocam mudanças culturais e rompem paradigmas”. Com a escolha do tema, a luta da Secretaria de Política para as Mulheres, que já dura 12 anos, é valorizada e destacada.
“Sem dúvida, o tema da redação é instigante e nos faz refletir, e muito, sobre a violência contra as mulheres”, disse. “E nos leva também, a discutir sobre outros tipos de violência: contra os idosos, contra as crianças contra os negros, indígenas, ciganos LGBT, pessoas com deficiência, discriminação religiosa e, pasmem vocês, muito intolerância política contra o cidadão por sua opção partidária”, destacou.
As agressões diárias registradas e denunciadas todos os dias em redes sociais são inadmissíveis, disse o senador, lembrando que diferenças de gênero, idade, orientação sexual e condição social não podem ser tratadas como se fossem problemas menores ou domésticos. “É inadmissível que em pleno século XXI ainda tenhamos na sociedade indivíduos que preguem, por exemplo, a homofobia, o racismo, a discriminação, o ódio e a violência”, insistiu.
Por Giselle Chassot, do PT no Senado