A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta queda no número de filhos entre aqueles que recebem o benefício do Bolsa Família.
A pesquisa do IBGE mostra que, nos últimos dez anos, o número de filhos por família no Brasil caiu 10,7%. Entre os 20% mais pobres, faixa da população que coincide com o público beneficiado pelo Bolsa Família, foi registrada queda de 15,7%, no mesmo período. Para as mães das famílias 20% mais pobres do Nordeste, a queda foi ainda maior, alcançando 26,4% no período analisado.
De acordo com o governo federal, aproximadamente 50 milhões de pessoas recebem o benefício do Bolsa Família. O programa, criado pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contempla pessoas que vivem na pobreza e extrema pobreza no País.
“Atribuem aos mais pobres um comportamento oportunista em relação à maternidade, como se essas mães fossem capazes de ter mais filhos em troca de dinheiro. Isso é puro preconceito”, avaliou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
“Quem diz isso não pensa quanto custa ter um filho. É óbvio que este valor não paga o leite da criança e as despesas que virão depois. Além disso, o preconceito parte do princípio de que o que move as pessoas para a maternidade ou a paternidade é apenas uma motivação financeira”, completou a ministra.
Para ter direito ao Bolsa Família, a família precisa ter os seus dados registrados no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. Além disso, é necessário comprovar responsabilidades nas áreas de educação e saúde. Ter os filhos matriculados na escola, manter o cartão de vacinação em dia e, no caso das gestantes, fazer o pré-natal, também são pré-requisitos para permanecer recebendo a ajuda financeira de aproximadamente R$ 170,00.
Os cuidados com a saúde da mulher, na avaliação da ministra Tereza Campello, sustentam os índices da pesquisa e reforçam a importância social do programa.
“O Bolsa Família tem garantido que essas mulheres frequentem as unidades básicas de Saúde. Elas têm que ir ao médico fazer o pré-natal e as crianças têm que ir ao médico até os 6 anos pelo menos uma vez por semestre. A frequência de atendimento leva à melhoria do acesso à informação sobre controle de natalidade e métodos contraceptivos”, destacou.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias, com informações da assessoria do MDS