A reforma ministerial anunciada nesta sexta-feira (2) pela presidenta Dilma Rousseff é fundamental para manter a governabilidade e garantir que o Brasil atravesse com mais tranquilidade o momento de transição que está vivendo, avaliam parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT).
Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), trata-se de um recomeço com solidez e recomposição da base. “A reforma atende à nova governabilidade. Portanto, não tem isso de partido A ou B ficar chateado, muito pelo contrário”, defendeu, sobre a quantidade de representantes de cada partido nos 31 ministérios.
O PT conta agora com dez pastas e o PMDB, que tinha seis, passou a responder por sete ministérios. “A reforma foi vital para esse momento que estamos vivendo. Se não tivéssemos feito, a manchete seria que o governo não consegue recompor sua base”, argumentou Guimarães.
O primeiro teste da efetividade das mudanças junto às articulações com o Legislativo será a votação, prevista para a próxima semana, dos seis vetos presidenciais que não foram analisados em sessão mista anterior. Outros 26 foram mantidos.
Entre os vetos pendentes de análise pelo Congresso está o que estabelece aumento de até 78% para os servidores do Judiciário. O impacto da proposta para o governo é estimado em R$ 25,7 bilhões, até 2019.
De acordo com o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), o PT recebe a reforma com muita tranquilidade, “entendendo o momento, tendo consciência de que a reforma é importante, dos desafios que a economia exige, das políticas públicas que são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do País”, detalhou ao portal “G1”.
“Acho que a presidenta está dando o exemplo, mostrando para a população que o governo está fazendo a lição de casa e também consolidando um governo de coalizão, trazendo os partidos para governar conosco, para nos ajudar na gestão, na implementação de políticas e ao mesmo tempo olhando a Câmara e o Senado”, avaliou Delcídio à “Agência Brasil”.
Delcídio afirmou também que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “sai fortalecido” com a escolha de Ricardo Berzoini para a Secretaria de Governo, de Jaques Wagner para a Casa Civil e a manutenção de Edinho Silva na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Os três são homens de confiança do ex-presidente e integram a equipe de coordenação política. “Hoje, a gente consolida nomes importantes e que, sem dúvida nenhuma, vão ajudar muito a presidente Dilma”, defendeu o senador, em entrevista ao “G1”.
Em sua conta no Facebook, o ministro Jaques Wagner (PT-BA) declarou que manterá “o diálogo e a busca de consensos” e elogiou as medidas, que levarão à construção de um Estado moderno, ágil.
Na avaliação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), o governo fez sua parte ao atender a Câmara dos Deputados e agora, é de se esperar que os deputados respondam de maneira correspondente. Ele defendeu ainda a unificação do de seu partido.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias