Partido dos Trabalhadores

Renda dos brasileiros despenca e cai 34% nas famílias mais pobres

Dados do IBGE comprovam que o atual governo piorou a vida de todos os brasileiros, mas conseguiu proteger os mais ricos enquanto abandonou completamente os mais necessitados

Ailton Cruz/Site do PT

Abismo social cresce no Brasil

Dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE comprovam que a queda na renda dos brasileiros é generalizada e afeta praticamente todas as classes sociais. Mas a situação é extremamente mais dramática para os mais pobres.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o rendimento médio dos brasileiros caiu de R$ 2.386, em 2020, para R$ 2.265, em 2021. A queda de 5,1% é a maior já registrada de um ano para outro desde que o levantamento começou a ser feito, em 2012.

Com isso, no governo Bolsonaro, a perda de renda dos brasileiros já chega a 8,3%, após cair de R$ 2.472, em 2018, para os atuais R$ 2.265. Vale registrar que, entre 2012 e 2014, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, a renda média dos brasileiros cresceu de R$ 2.369 para R$ 2.484 (em valores já ajustados à inflação do período). Trata-se, portanto, de um aumento real de 4,8%.

Renda das famílias mais pobres despencou 33,9%

É possível constatar que os brasileiros mais pobres estão completamente abandonados quando se olha para a renda per capta das famílias, que é tudo que uma família ganha dividido pelo número de integrantes. 

Entre 2020 e 2021, os 5% mais pobres viram a renda per capta familiar desabar 33,9%. Já os 5% com a segunda menor renda tiveram perda de 31,8%.

No lado oposto da tabela, os mais ricos tiveram perdas bem menores. O 1% mais rico viu a renda per capta familiar cair 6,4%. E os 5% com a segunda maior renda tiveram redução de 3,4% (veja gráfico abaixo).

Para quem se governa?

Essa situação levou a um verdadeiro abismo social no Brasil. Em 2021, as famílias mais pobres viveram, em média, com R$ 39 por mês para cada pessoa. Já cada membro do 1% das famílias mais ricas contou com R$ 15.940 por mês.

A conclusão inevitável é que o governo Bolsonaro piorou a vida de todos, mas foi muito mais eficiente na hora de proteger os ricos. É exatamente o oposto do que foram os governos Lula e Dilma.

Nas gestões do PT, todos aumentavam a renda, mas os mais pobres aumentavam mais. Segundo o mesmo IBGE, entre 2002 e 2015, a renda dos 20% mais ricos no Brasil cresceu 23%. Já a dos 20% mais pobres aumentou 84% (gráfico abaixo).

Uma questão de prioridade

Uma afirmação constantemente repetida por Lula explica a diferença de resultados. Segundo o ex-presidente, é preciso governar para todos, mas a prioridade deve ser dada sempre aos mais pobres.

Por isso, nos governos do PT, houve uma política de valorização do salário mínimo, o uso do Estado para impulsionar a economia e gerar quase 20 milhões de empregos e a ampliação dos programas sociais.

Hoje, no entanto, o atual governo corta investimentos e desmonta o Estado, não dá mais aumento real de salário mínimo e, em plena pandemia, reduz o valor do auxílio emergencial e depois o extingue, abandonando 25 milhões de famílias.

O resultado está aí, revelado pelo IBGE, nesta sexta-feira, e pela Rede Pensann, na quinta, que constatou o crescimento da fome, que atinge 33 milhões de brasileiros.

Da Redação