Renée France de Carvalho, militante comunista e petista, organizadora da Resistência Francesa ao nazismo, nos deixou ontem, 12 de setembro de 2018.
Renée viveu a resistência aos nazistas, a clandestinidade no Brasil pós-Estado Novo, a resistência à ditadura militar, o exílio, a abertura política e a fundação do PT.
Com a Anistia, ela e seu companheiro de toda a vida Apolônio de Carvalho voltaram ao Brasil e começaram a participar das discussões para a criação de um partido de massas. Em uma entrevista ao portal SUL 21, em 2012, Renée, então nos seus 87 anos, contou que ela e o marido estranharam a criação de um partido que congregava pessoas com linhas ideológicas diversas. “Este novo partido nos parecia sem muita ideologia. Apolônio estava bem reticente no início. Vivemos a vida toda com uma ideologia. Mas ele veio, se integrou em todas as discussões. Nós queríamos a revolução, o socialismo e o PT não tinha este pensamento. Fiquei com a seguinte tese: o PT talvez não tivesse ideologia, mas tinha massa. A gente viveu a vida toda querendo ter um partido que tivesse ideologia, mas que tivesse massa também. Este movimento que viria a ser o PT tinha massa. Não tinha ideologia, mas tinha muita discussão, porque havia inúmeros movimentos de esquerda se integrando”.
Essa longa e engajada historia, vivida sempre com muita energia e toques de humor e crítica, foi contada em “Uma vida de lutas”, da Editora Fundação Perseu Abramo.
Renee, nossos sonhos de mudar o mundo te acompanham.
Em nome do Partido dos Trabalhadores,
Gleisi Hoffmann