O governo golpista da suposta “austeridade fiscal”, da alardeada “contenção de gastos” e do fingido “equilíbrio das contas públicas” se revela, a cada dia, o patrocinador-mor de uma gastança desgovernada e sem fim. Tão logo tomaram o governo em 2016, o ilegítimo Michel Temer e seus aliados se apressaram em inflar o déficit fiscal com o objetivo de ter folga para esbanjar e direcionar gastos, sobretudo, para “pagar” os apoiadores do golpe. Em 2017 e 2018, não será diferente.
O governo anunciou na noite desta terça-feira (15) que aumentou o déficit deste ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. Também comunicou que, no ano que vem, o valor subirá de R$ 129 bilhões para os mesmos R$ 159 bilhões. “O que houve foi uma substancial queda da receita recebida até agora no ano de 2017”, argumentou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Em nota, a presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, lembrou que, antes do golpe, os valores do déficit anunciados por seu governo – bem abaixo dos praticados por Temer – seriam cobertos com redução de desonerações, recriação da CPMF e corte de gastos não prioritários. “Após o golpe, a dupla Temer-Meirelles, apoiada pelo ‘pato amarelo’, que não queria saber da CPMF por onerar os mais ricos, inflou a previsão de déficit para R$ 170 bi, em 2016”, criticou Dilma
“Agora, querem ampliar o rombo para R$ 159 bi. Mas não vão parar por aí. Com mão de gato, aumentarão o déficit, no Congresso, para R$ 170 bi. Juntam a fome com a vontade de comer, pois os parlamentares que apoiam o governo golpista vão ajudar a aumentar ainda mais o rombo”, completou a presidenta.
O deputado José Guimarães (PT-CE), que foi líder do governo de Dilma e atualmente é líder da Minoria na Câmara, lembrou em discurso no plenário que o argumento da oposição golpista da época era alardeado “aos quatro cantos”, segundo o qual Dilma deveria ser retirada do poder porque “não tinha controle nenhum do gasto”. Diziam, segundo lembrou Guimarães, tratar-se de um governo que “gastava ruim”.
Porém, o parlamentar disse que a realidade demonstra que, após um ano, o atual governo é “não só o do improviso, mas também é um governo que se pauta pela maior gastança que o País já viu nos últimos anos”. “É o mais tonto da história brasileira. Não sabe gastar. E quando gasta é para fazer benesses com o chapéu alheio, é para tirar de um canto e dar inúmeras desonerações e inúmeros Refis [refinanciamento de dívidas com a União], que têm sido feitos todo dia, através das medidas provisórias que são encaminhadas para esta Casa”, detalhou o parlamentar.
Para piorar o quadro de gastança desenfreada, a conta sempre vai cair para o lado mais fraco pagar. Desta vez, sobrará em boa medida para os servidores públicos. Segundo o governo, uma série de medidas de arrocho serão implementadas, como a eliminação de 60 mil cargos comissionados do Executivo.
Também haverá uma reestruturação em todas as carreiras do Poder Executivo. Cada servidor irá custar até 70% menos. Reajustes de salário do funcionalismo também foram congelados até 2019. Isso proporcionará uma economia de R$ 18, 6 bilhões em 5 anos, segundo a equipe econômica.
Em nota oficial, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), condenou o anúncio do governo.
“O governo está deixando a economia presa na recessão. Isso reduz cada vez mais o resultado primário, pois as receitas caem cada vez mais. Eles estão fazendo uma política de austericidio. Ao invés de ampliar o espaço fiscal para aumentar os investimentos públicos e puxar a economia, o ajuste na meta foi apenas para cobrir o rombo das “bondades” de 2017. Enquanto isso, as políticas públicas e a população continuam a pão e água, já quase sem pão! Um governo irresponsável”, diz o texto.