Ao longo dos últimos anos, acompanhamos um crescimento da participação popular e social da juventude na agenda pública e na pauta nacional. Foi a partir de 2003 que a juventude brasileira começa a conquistar os seus direitos, após diversas jornadas históricas da população. Sendo assim, essa pauta começou a ser estruturada com maior ênfase e com uma mobilização decisiva, o que acabou por gerar as linhas gerais da Política Nacional de Juventude.
Até o ano de 2015, verificamos avanços consideráveis em diversas políticas públicas destinadas à juventude. Entre elas estão: a fundação de mecanismos populares e de participação social, a ampliação do número de jovens no ensino superior, a retirada de milhões destes da pobreza, o acesso ao primeiro emprego, o Estatuto da Juventude, etc. Esse debate e as conquistas alcançadas originaram-se com a famosa “Onda Jovem” que inundou o Brasil com um número maior de jovens em relação às demais faixas de idade, chegando a um quarto da população brasileira. Isso significou na época uma gama de oportunidades para o Brasil.
Atualmente é impossível não se manifestar contra a retirada de direitos que agride a dignidade da juventude e dos brasileiros. O ajuste fiscal proposto pelo Governo Temer, que impõe reformas visando retirar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras para tentar resolver a crise econômica no país, vem avançando contra o povo de forma avassaladora destruindo conquistas alcançadas nos últimos 30 anos. O congelamento de investimentos por 20 anos na saúde, educação, seguridade, saneamento; a terceirização, que representa um retrocesso nos direitos conquistados no Brasil através de muitas lutas; a Reforma Trabalhista e Previdenciária; a destruição da Casa Comum – Meio Ambiente; as sinalizações de privatizações, entre elas a da Eletrobrás e da Casa da Moeda; são receituários de um governo que administra para destruir a soberania brasileira.
Celebrar a independência do Brasil no mês de setembro sem lutar contra estas injustiças significa perder o real sentimento de patriotismo, ou seja, perder o espírito de solidariedade que une as pessoas em torno de interesses comuns em benefício da pátria. Tais desmandos e ataques com certeza desanimam a população de forma geral, mas também, a juventude. Contra tais ataques a juventude grita com os excluídos.
Ao analisar o atual cenário político e econômico em que a juventude está inserida, é notório o desafio que enfrentaremos para reconquistar os direitos perdidos e garantir os que subsistem. Em razão disso, a juventude precisa se envolver na luta, para não permitir que os fantasmas do passado e da atualidade tirem a nossa força e os nossos sonhos, visto que é evidente a desesperança da população.
Devemos dar voz a quem precisa. Precisamos valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, construindo ações a fim de fortalecer e mobilizar pessoas para atuar nas lutas populares e denunciar as injustiças e os males causados por este modelo excludente de sociedade, que degrada e mata. Por isso e muito mais a juventude grita por direitos e por cidadania.
“Vida em Primeiro Lugar! Por Direitos e Democracia, a Luta é Todo Dia!”
Por Rudival Maturano, advogado e presidente do Diretório Municipal do PT em Vitória da Conquista (BA), para a Tribuna de Debates do PT.