A impopularidade e o descrédito crescentes de Temer & seus asseclas; a deterioração da economia, agravando as condições de vida da população; as ameaças contra as aposentadorias e os direitos trabalhistas; os efeitos maléficos da Operação Lava Jato, agora atingindo também aqueles que festejavam as delações produzidas para criminalizar o PT – tudo isso aprofunda a grave crise econômica, política e institucional em que as classes dominantes precipitaram o País.
A deposição da presidenta Dilma, comandada pelo grande capital, pela alta burocracia do Estado, pela direita conservadora presente no Congresso e com o apoio da mídia monopolizada, foi apenas o primeiro passo. Era necessário derrubar o governo para ampliar a exploração sobre os trabalhadores e realinhar o país com os interesses dos grandes grupos internacionais.
Para dar continuidade a esse projeto – e surgem divergências no bloco de poder a respeito do ritmo e das formas de efetivá-lo – é preciso reprimir os movimentos sociais e sindicais, tentar inviabilizar o PT e impedir a candidatura do Lula, cuja ascensão nas pesquisas, sobretudo nesta última da CUT/Vox Populi, é vertiginosa.
Diante dessa situação, em que os usurpadores buscam soluções fora do campo democrático, nosso caminho deve ser o de aumentar as mobilizações, repelir o canto de sereia dos acordos por cima, defender os direitos e a democracia ameaçados e lutar pela antecipação das eleições. Cada vez fica mais clara a necessidade de derrubar Temer, eleger Lula com um programa econômico de emergência e abrir um processo constituinte livre, democrático e soberano.
Rui Falcão é presidente nacional do PT