Os atos contra o impeachment, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, reacenderam as esperanças da militância, mobilizada contra o golpe. Com ampla participação de jovens, mulheres, intelectuais, as jornadas em defesa da democracia mudaram o clima no País e, no Nordeste, bem mais de metade da população repele o impeachment e rejeita o presidente usurpador numa porcentagem superior a dois terços.
Contribui, também, para reforçar a possibilidade de barrar o golpe a sucessão de escândalos e denúncias de corrupção que envolvem integrantes do primeiro escalão do governo ilegítimo, inclusive três ministros já afastados.
O desgaste dos golpistas deve-se, ainda, às medidas antipopulares, cuja implementação a toque de caixa revela a necessidade de pagar rapidamente o preço do apoio do grande capital. As novidades da semana foram a declaração de um ministro investigado, que preconizou o fim da Consolidação das Leis do Trabalho e difundiu sua intenção de votar logo o projeto da terceirização.
Interessados em acabar com a Operação Lava Jato, não por repetidas violações ao estado de direito, mas para não serem julgados por seus malfeitos, integrantes do governo interino pressionam senadores a votarem pelo impeachment em agosto.
Entretanto, alguns deles mostram-se inclinados a votar contra Michel Temer, seja pelo fato de não concordarem em manter afastada uma presidenta honrada e honesta, seja por concluirem que o País entrará em uma crise institucional incontrolável.
Nossa tarefa é manter as mobilizações, reforçar as iniciativas das Frentes, conclamar os trabalhadores a lutarem contra a revogação de seus direitos e, ao mesmo tempo, reorganizar nossa campanha para as eleições municipais.
Não ao Golpe!
Fora Temer!
Nenhum Direito a Menos!
Rui Falcão é presidente nacional do Partido dos Trabalhadores