A condenação dos companheiros João Vaccari e José Dirceu, baseada apenas em delações premiadas, sem qualquer prova, revela mais uma vez o caráter arbitrário e seletivo da Operação Lava Jato.
Criminalizar o PT a qualquer custo, através de dirigentes, parece ser o que move o pessoal de Curitiba e setores do Judiciário, do MP e da PF em Brasília.
Penas exageradas mostram nitidamente o caráter vingativo dos processos conduzidos em Curitiba, nos quais a justiça e o equilíbrio previstos na Constituição não passam de meras referências.
O método empregado para os julgamentos assemelha-se ao dos regimes de exceção. São levados para a cadeia, ou ameaçados de prisão, empresários e operadores eventualmente acusados por esquemas de corrupção.
Submetidos a tremenda pressão psicológica, lhes é oferecida a porta para a liberdade, se aceitarem denunciar pessoas ligadas ao PT ou se corroborarem narrativas estruturadas por alguns procuradores e delegados.
Aqueles que se vergam à delação, mesmo quando que se trata dos grandes beneficiados em negociatas, recebem rapidamente seu alvará de soltura.
Perdem parte do patrimônio pagando indenizações, mas preservam a maior parte de suas fortunas, além da liberdade e o direito de continuar nos negócios.
Eventuais informações envolvendo partidos de direita são arquivadas ou burocraticamente apuradas, protegidas do espetáculo midiático e conduzidas com a lentidão possível.
A Operação Lava Jato, que somente pode existir por conta das medidas anticorrupção adotadas pelos governos Lula e Dilma, acabou por se tornar instrumento da escalada golpista.
Por essas razões, não se pode considerar justas e legítimas as condenações de Vaccari e Dirceu.
Ao Partido dos Trabalhadores cabe manter-se solidários a esses companheiros, além de denunciar, em todos espaços e oportunidades, os atropelos às garantias constitucionais e aos direitos fundamentais que vêm sendo atropelados.
Resistiremos a que, nas entranhas de nosso combalido regime democrático, venha a se consolidar um Estado policial e de exceção.
Rui Falcão, presidente nacional do PT