Partido dos Trabalhadores

Sabatella: Impeachment é plano maquiavélico para tomar o poder

Além da atriz, artistas e intelectuais como Beth Carvalho, Osmar Prado e Fernando Morais se manifestaram contra o golpe e em apoio à presidenta Dilma

Sabatella em ato de apoio da presidenta Dilma Rousseff Foto: Lula Marques/Agência PT

No dia que o golpe que instaurou uma ditadura no Brasil completa 52 anos, a defesa da democracia foi o tom do encontro da presidenta Dilma Rousseff com artistas e intelectuais.

Presente ao encontro no Palácio do Planalto, a atriz Letícia Sabatella afirmou, nesta quinta-feira (31), que os opositores tentam tomar o poder na marra. “Criaram um clima de ódio, de irmão contra o irmão”, disse.

Letícia fez questão de dizer que não tem partido e classificou as manobras pelo impeachment como um plano “maquiavélico”. “O motivo que usam para tirar a presidenta Dilma do poder não é por um erro, mas por um acerto. Não tenho como não reconhecer essa ascensão social de milhares de brasileiros”, destacou.

Atriz Letícia Sabatella. Foto: Lula Marques/Agência PT

“Conheci o Congresso, o Senado, e sei o quanto há de boicote contra a transformação social verdadeira no Brasil. Temos que ir adiante, não para trás”, enfatizou.

Em vídeo, o vocalista da banda Detonautas Roque Clube, Tico Santa Cruz, também se posicionou contra o processo de impeachment e afirmou que o Brasil está presenciando um “atentado político contra o Estado democrático de direito desse País”.

Para ele, é preciso lutar e garantir o respeito ao resultado das urnas. “Nós temos que nos levantar e lutar até o final para garantir que sejam respeitados os 54 milhões de votos dos brasileiros e para garantir que a democracia prevaleça”, garantiu.

“Saúdo todos os guerreiros presentes. Não somos poucos, estamos nas ruas e vamos lutar até o final para garantir que a democracia no Brasil vença. Não vai ter golpe”, finalizou.

A cineasta Anna Muylaert, diretora do filme “Que horas ela volta”, lembrou que em março de 2010 esteve em um jantar com a presidenta Dilma e as cineastas mulheres.

“E naquela ocasião, Dilma falou que nosso trabalho era muito importante, pois colocava o ponto de vista das mulheres. Hoje, seis anos depois, volto aqui para dar meu apoio a Dilma e por amor e para dizer que meu mérito ao fazer o filme foi por ver a Jéssica. Mas o grande mérito não é meu, porque eu não criei a Jéssica. Foi o trabalho que foi feito por Dilma e antes por Lula é um trabalho de inclusão social de nível estrondoso que criou”, afirmou.

“Ainda virá um dia em que a presidente da República será uma Jéssica no futuro”, finalizou.

A p-residenta Dilma ao lado da atriz Letícia Sabatella e da cineasta Anna Muylaert. Foto: Lula Marques/Agência PT

“Estou aqui hoje por amor à liberdade. Liberdade essa que eu e milhões de brasileiros sabemos o quanto custou para ser conquistada. Os avanços sociais conquistados a tão duras penas estão seriamente ameaçados pela direita. A classe artística mais uma vez se levanta para cumprir seu papel de vanguarda na defesa da democracia e da legalidade”, destacou Beth Carvalho.

A sambista enfatizou que é o amor que une os presentes ao ato. “A classe artística aqui representada se levanta em defesa das liberdades individuais, na defesa da Constituição brasileira e principalmente em defesa do amor, por que é o amor que nos une aqui hoje. O contrário disso, a falta de amor, é o que faz as pessoas simplesmente ignorarem 40 milhões de brasileiros que saíram da miséria, é o que faz uma pessoa agredir outro ser humano por causa da cor da sua camisa”, disse.

Beth carvalho grita “Não vai ter golpe”, ao chegar para encontro dos artistas com Dilma pela democracia. Foto: Lula Marques/Agência PT

“Eu tenho certeza que é o amor que faz com que Dilma Rousseff se levante todos os dias de cabeça erguida para lutar por um Brasil mais justo a despeito de todas as injustiças feitas contra ela. Só podia ser uma guerreira mesmo”, afirmou a cantora.

Beth citou Leonel Brizola e sua luta pela democracia e liberdade no País e fez um paralelo entre o momento que vivemos hoje o em 1964. “Foi um momento muito parecido com o que estamos vivendo agora”.

O aniversário do golpe de 64 foi lembrado pelo diretor de teatro Aderbal Freire Filho. “A imprensa, para apoiar os golpes, muda os nomes. Agora ela chama de impeachment, e antes já chamou de revolução”, afirmou, sendo aplaudido pela plateia, que entoou o grito lembrando o apoio da Rede Globo à ditadura militar.

“Podemos usar um exemplo teatral, o teatro de marionetes, quando a gente vê a grande imprensa manipulando. É evidente essa manipulação, mas não somos marionetes. Temos voz. E o que nós estamos dizendo é que sem crime e para apoiar interesses escusos, é golpe”, disparou.

Aderbal Freire Filho. Foto: Lula Marques/Agência PT

“Não sou editorialista, mas sei o que é farsa. Farsa é exatamente o contrário, quando personagens ridículos, fanfarrões, enterrados até o pescoço em corrupção, herdeiros de uma tradição política antiga de conveniência, escândalos nunca apurados, são usados e usam a imprensa, que usa estes personagens para escrever a farsa do impeachment“, completou Aderbal Freire Filho.

O ator norte-americano Dammy Glover também gravou um vídeo em apoio a Dilma.

“Nos anos recentes, a massa dos cidadãos das classes progressistas e trabalhadoras conseguiu restaurar com sucesso a democracia, que floresceu, permitindo maiores níveis de inclusão social e desenvolvimento. Hoje, a democracia brasileira está mais uma vez ameaçada, dessa vez por setores da sociedade que se recusam a aceitar que foram eleitoralmente derrotados e buscam lacunas legais que possam levá-los à Presidência”, disse.

Ele encerrou a mensagem dizendo que os brasileiros não estão sozinhos na luta pela democracia. “Sua luta é também a luta de todas as pessoas ao redor do mundo que lutam por democracia, paz, liberdade e justiça”.

O escritor Ruadan Nassar fez questão de enfatizar que a presidenta Dilma não cometeu crime de responsabilidade “e os que insistem no seu afastamento estão subvertendo o Estado Democrático de Direito. Os que hoje tentam promover sua saída serão execrados amanhã, não tenho dúvida”, afirmou.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias