O afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff é “um passo para um golpe de Estado” imposto pela direita, declarou o Grupo da Esquerda Unitária (GUE) do Parlamento Europeu, em comunicado divulgado nesta sexta-feira (13).
“A aprovação pelo Senado brasileiro do procedimento para afastar Dilma Rousseff, presidente eleita do Brasil, é um passo decisivo imposto pela direita e pela oligarquia brasileira para um golpe de Estado, com a interferência dos Estados Unidos”, afirmou o grupo formado pelos deputados do PCP e BE.
Os membros do Parlamento Europeu lembraram que os argumentos usados para a saída de Dilma “não resultam de qualquer processo penal e que o processo é liderado por membros com um histórico conhecido de irregularidades e atividades ilegais, que estão sendo investigadas judicialmente”.
Sobre o presidente interino golpista Michel Temer (PMDB), o grupo parlamentar salientou que ele é alvo de acusações de corrupção e suborno.
Para o GUE, “as forças mais reacionárias e o imperialismo nunca aceitaram o processo de mudança que começou em 2002, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, e procederam desde então a uma escalada de interferência e desestabilização para derrubar o governo eleito democraticamente”.
Cuba
Cuba também criticou o afastamento da presidenta Dilma. Em nota, o governo cubano chamou a saída de “golpe de estado parlamentar e judicial, disfarçado de legalidade” e um “artifício” organizado por setores da oligarquia brasileira.
“Trata-se, na realidade, de um artifício armado por setores da oligarquia desse País, apoiada pela grande imprensa reacionária e pelo imperialismo, com o propósito de reverter o projeto político do Partido dos Trabalhadores (PT), derrubar o governo legítimo e usurpar o poder que não ganhou com o voto”, disse o documento.
Para as autoridades de Havana, o impeachment da presidenta “legitimamente eleita” é parte de uma “contraofensiva reacionária do imperialismo e da oligarquia contra os governos revolucionários e progressistas da América Latina e do Caribe”, o que ameaça a paz e a estabilidade das nações, contrariando o espírito e a letra da Declaração de Zona de Paz na região, assinada em janeiro de 2014 na capital cubana.
“A História demonstra que, quando a direita chega ao governo, não receia desmontar as políticas sociais, beneficiar os ricos, restabelecer o neoliberalismo e aplicar terapias de choque cruéis contra os trabalhadores, mulheres e jovens”, afirmou no comunicado.
O governo cubano ressaltou que o povo brasileiro, as forças políticas de esquerda e os movimentos sociais no Brasil recusam o golpe e “opõem-se a qualquer tentativa para desmantelar os importantes programas sociais desenvolvidos pelos governos do Partido dos Trabalhadores, com Lula e Dilma à frente”, como o Bolsa Família, o Mais Médicos, o Minha Casa, Minha Vida, o Fome Zero, que segundo o governo de Cuba, “mudaram a vida de milhões de pessoas”.
“Dilma, Lula, o Partido dos Trabalhadores e o povo brasileiro contarão sempre com toda a solidariedade de Cuba”, concluiu o comunicado.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil