Para o prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), poucas sensações são piores do que conviver com a suspeita de um câncer durante meses, esperando por exames que confirmem o diagnóstico. Com objetivo de resolver este problema, construiu o Hospital da Mulher “Doutora Therezinha Veneziani Silva”, o segundo maior hospital público do país especializado em saúde da mulher.
Este foi um dos compromissos assumidos durante sua campanha, em 2012, atende gestantes de alto risco, vítimas de violência, principalmente sexual, e faz diagnóstico rápido de câncer de colo de útero e de mama. Com a 1ª fase em funcionamento desde março de 2016, o Hospital da Mulher visa ao atendimento de qualidade, com rapidez.
Antes, uma mulher poderia levar até seis meses para ter um diagnóstico de um tumor, a partir da suspeita detectada no consultório. Este era o tempo estimado para fazer os exames – mamografia e ultrassom – retornar ao ginecologista, encaminhar para o mastologista, fazer biopsia e, depois, ir ao oncologista, se confirmado o câncer, para início do tratamento.
Com o Hospital da Mulher, é possível poupar tempo e fazer os exames em um único dia, no mesmo local. O diretor do hospital, Carlos Alberto Maganha, reforça que é preciso aguardar o diagnóstico do laboratório, que não fica pronto no dia, mas afirma que os resultados são muito mais rápidos desta maneira.
Segundo o médico, há duas vantagens neste modelo. Uma é a rapidez no início do tratamento, já que o câncer de mama é ainda a segunda maior causa de morte entre as mulheres no mundo, e a outra é o próprio conforto para a paciente, já que não precisa aguardar meses para fazer todos os exames e saber precisará fazer algum tratamento ou não.
Desde março, foram feitos cerca de 4 mil ultrassonografias de mama. Destes, somente 8 tiveram tumor confirmado. “Imagina a ansiedade desnecessária de 3 mil e tantas mulheres”, disse.
Um dos maiores resultados do hospital foi zerar a fila de espera por exames de ultrassom. Lá, existem 3 aparelhos de ultrassonografia, já que os exames de mamografia estão sem demanda reprimida na rede municipal.
Atendimento a mulheres vítimas de violência
Outro serviço importante é o atendimento especializado para mulheres vítimas de violência. Maganha explica que primeiro a vítima recebe o atendimento de emergência, na UBS ou no Hospital Municipal e, em seguida, é encaminhada ao Hospital da Mulher. Lá, há uma equipe para atendimento médico, psicológico e social.
Para gestantes de alto risco, o hospital realizada consultas de pré-natal; ultrassonografia obstétrica; ultrassonografia morfológica (que permite visualizar o bebê); avaliação da translucência nucal (exame que avalia se o bebê tem alguma alteração cromossômica, má-formação ou síndrome genética); cardiotocografia (que mede os batimentos cardíacos do feto); atendimento psicológico e e nutricional.
No Hospital da Mulher, o atendimento é referenciado. Isto é, a paciente é encaminhada pela UBS (Unidade Básica de Saúde), responsável pelo atendimento inicial. Desde março, o hospital já realizou mais de 14 mil atendimentos.
Só na primeira fase, o investimento foi de R$ 4,8 milhões (R$ 1,8 milhão com a construção e R$ 3 milhões com mobiliário e equipamentos). O prefeito explica que a recessão econômica não foi motivo para deixar de fazer investimentos em obras de infraestrutura. A solução foi definir as prioridades do orçamento.
“Tomamos algumas medidas para reduzir gastos que ‘a gente não considerava prioritários. Reduzimos gastos com carros oficiais, viagens custeadas pela prefeitura, eventos, horas extras e, ao mesmo tempo, a gente buscou fontes alternativas de financiamento. Passamos a ter uma relação com o governo federal que antes a prefeitura não tinha. Buscamos recursos através do PAC e de outros mecanismos. Com isso, a gente conseguiu passar por este processo com dificuldades, mas sem comprometer a prestação de serviços à população e nosso plano de obras”, explicou.
Quando concluído, o hospital terá um edifício com 8 mil metros quadrados e cem leitos destinados, exclusivamente, ao atendimento das mulheres.
Por Daniella Cambaúva da Agência PT de Notícias