Da Redação, Agência Todas
Nesta manhã, os indígenas Guarani Mbya da aldeia Jaraguá foram obrigados a desocupar a área ambiental que protegiam do corte de árvores e da realização da obra ilegal da construtora Tenda. Eles realizavam uma resistência pacífica que não reivindicava a posse do território, mas a proteção da Terra Indígena do ponto de vista ambiental. A vereadora do PT, Juliana Cardoso, esteve presente durante todo o processo para defender a causa ambiental e os direitos dos indígenas.
A batalha, no entanto, não está perdida. Apesar da prefeitura de São Paulo ter concedido alvará para a construção da obra, a Procuradoria Geral da República impediu qualquer tipo de intervenção no terreno durante 40 dias, enquanto não houver negociação entre os índigenas e a construtora Tenda.
“O alvará que a prefeitura de São Paulo deu para a construtora é ilegal, porque passa por cima de uma lei federal e da própria Constituição. Estou aqui hoje ao lado dos indígenas para impedir a repressão da PM e somar à resistência”, ressalta a vereadora de São Paulo, Juliana Cardoso.
Policiais do Batalhão de Choque estavam de prontidão nesta manhã para realizar a desocupação. Para garantir que a construtora não descumprirá mais uma ordem judicial, os indígenas montaram acampamento na entrada do terreno.
A área em questão está identificada no Plano Diretor do município como uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis) destinada à moradia popular, mas o empreendimento da construtora não visa atender a população mais necessitada da cidade. A construção da obra naquele espaço também é inconstitucional, porque a empresa não possui autorização do IBAMA, nem da FUNAI, tampouco abriu uma negociação com os índios.
“A causa índigena hoje reverbera em todo país, porque estamos defendendo não só os nossos direitos, mas protegendo os recursos naturais brasileiros, a agroecologia e um mundo mais saudável e sustentável para todas e todos”, explica Anne Karolyne, secretária nacional de mulheres do PT.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, foi procurado pelos indígenas e vereadores do PT, mas não se pronunciou sobre o caso.