Em vídeo divulgado no Facebook, na página “Polícia Rodoviária Federal – Operacional”, caminhoneiros acampados nas proximidades das cidades de Joinville e Maravilha, em Santa Catarina, denunciam serem mantidos em “cárcere privado” e impedidos de deixar os protestos que acontecem na região.
Segundo o chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF no estado, o Luiz Graziano, abusos estão acontecendo. Os profissionais são obrigados a permanecer no movimento sob ameaças.
“Passamos a produzir os vídeos e encaminhar para a imprensa para mostrar a realidade de vários bloqueios, onde estão ocorrendo abusos nos quais são obrigados a permanecer no movimento sem as mínimas condições e muitas vezes ameaçados.”, conta.
De acordo com o policial, mais de 90% dos caminhoneiros mantidos em todos os bloqueios querem seguir viagem ou regressar para casa, mas são impedidos pelos líderes do movimento. A Polícia Civil do estado foi mobilizada para auxiliar nas investigações sobre o caso.
“Não querem fazer parte do movimento, estão com cargas perecíveis, com problemas em casa. Familiares e caminhoneiros nos procuraram. E a imprensa foi impedida da falar com os eles, só sendo permitida entrevistas com os líderes, que ninguém sabe quem são”, denuncia o policial rodoviário.
Segundo relato dos caminhoneiros, aqueles que tentaram furar os bloqueios tiveram seus caminhões apedrejados e foram forçados a retornar aos acampamentos.
“Isso aqui é uma prisão. Nós estamos presos”, afirma na gravação um dos trabalhadores, que reclama estar há 12 dias nessas condições.
“Dizem que está liberado, mas vem caminhonete e carro atrás e quebra (os caminhões)”, completa.
Nesta terça-feira (03), caminhoneiros realizam protesto em Brasília contra o aumento do preço do diesel.
Na véspera, a presidenta Dilma Rousseff sancionou sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, que garante à categoria benefícios, como a anulação de multas por excesso de carga nas rodovias e concede acesso a programas de financiamento.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias