É lamentável que a Biblioteca Nacional, a mais antiga instituição cultural brasileira, seja usada para condecorar políticos aliados de Bolsonaro que não possuem vínculo algum com a cultura literária nacional.
O atual governo e a gestão da Fundação Biblioteca Nacional achincalham com a riqueza cultural do País, em um de seus palcos mais especiais: a maior biblioteca do Brasil. Homenagear com a Ordem do Mérito do Livro aqueles que preferem armas aos livros, clubes de tiro a bibliotecas, não é apenas contrassenso, mas um deboche em relação à memória literária do Brasil. Contudo, a BN segue de pé. Atos como esses não destruirão a cultura brasileira, não destruirão o Brasil.
A Biblioteca Nacional tem mais de 200 anos. É uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina. Trata-se de um patrimônio inestimável da nossa cultura. A medalha que ela concede já agraciou expoentes como Carlos Drummond de Andrade e Gilberto Freyre e não pode ser enxovalhada por aqueles que desprezam as bibliotecas, os livros, a educação e a imensa diversidade cultural brasileira.
No dia de hoje, escritores, bibliotecários e leitores do Brasil inteiro mostraram nas redes sua indignação com a dilapidação moral do nosso patrimônio cultural. Entre tantos, é preciso parabenizar a escritora Mary del Priore e os escritores Antônio Carlos Secchin e Marco Luchesi, que recusaram a distinção, depois de saberem quem mais receberia a honraria literária.
A Biblioteca Nacional precisa voltar a exercer com qualidade seu papel, ganhando cada vez mais qualidade e capacidade de preservar, atualizar e divulgar seus mais de nove milhões de peças. Um patrimônio inestimável de cada brasileiro e de cada brasileira.
Secretaria Nacional de Cultura do PT