No último dia 23 de maio, o Ministério Público Federal recebeu mais um relato de violência por intolerância religiosa contra um terreiro na região de Duque de Caxias.
Segundo o MPF, de acordo com testemunha anônima, 15 terreiros de Candomblé e Umbanda foram “visitados” por um grupo de traficantes chefiados por um pastor, e ordenando que fossem cessadas todas as atividades religiosas nos locais.
O MPF informa ainda que vem acompanhando desde janeiro deste ano uma “escalada da intolerância religiosa contra as comunidades de matriz africana”, que vem ocorrendo na região desde 2018.
A onda de racismo religioso, travestido de intolerância religiosa vem crescendo exponencialmente no Brasil, acompanhando o aumento de todas as formas de violência que tem como principais alvos o povo negro e tudo o que se relaciona à sua forma de convívio social.
A cultura do ódio e preconceito cresce a passos galopantes, graças a um grupo de pessoas inescrupulosas que há anos se desenvolve como hera, e que vagarosamente adentra todos os cantos das estruturas sociais.
Travestidos de cristãos, estes criminosos hoje estão infiltrados dentro das escolas, forças armadas, poderes legislativo, executivo e judiciário, e, claro, nas organizações criminosas.
Sabemos que a atitude deste grupo não reflete o pensamento da maioria do povo cristão, e que de modo algum os representa. Sabemos também que tais usurpadores usam da fé do povo brasileiro para manipular da forma mais vil suas crenças, e plantar a intolerância com métodos requintados, estratégias psicológicas e de controle de massas utilizando-se de teorias há muito conhecidas por estudiosos de todas as áreas.
Por isso, acreditamos que seja urgente que providências sejam tomadas para que esta situação não se espalhe por todo o país. Afinal, não estamos mais na Idade Média, em que as chamadas “guerras santas” impunham sua fé de forma violenta. Não podemos admitir que séculos de avanço em direitos humanos, e para povos tradicionais de matriz africana, se percam do dia para a noite.
As Secretarias Nacionais de Combate ao Racismo e de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT se solidarizam junto aos povos de terreiro, às vítimas cariocas e a todo povo cristão que defende a tolerância, que não há de ser destruída por atos como estes, que se escondem atrás do manto de templos, mas, que carregam um coração oco de amor.
Não nos calaremos. Fascistas não passarão!
Viva as comunidades tradicionais brasileiras!