Partido dos Trabalhadores

Sede do PT do Paraná sofre 4º atentado em pouco mais de um ano

As câmeras do prédio gravaram duas pessoas encapuzadas que atiraram bombas de coquetéis molotov no prédio em que fica a sede do diretório em Curitiba

Reprodução

Coquetel molotov jogado contra a sede do PT-PR

A sede do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores do Paraná (PT-PR), em Curitiba, sofreu um ataque na madrugada desta quinta-feira (25). Por volta das 4h20 da manhã, as câmeras do prédio gravaram duas pessoas encapuzadas que atiraram bombas de coquetéis molotov na sede do partido.

Uma das garrafas atingiu a parede pelo lado de fora e explodiu. O fogo se espalhou pela fachada, mas apagou sozinho. A segunda garrafa rompeu o vidro e entrou em uma das salas do edifício. A garrafa não quebrou e o pavio apagou sozinho.

Dr. Rosinha, presidente estadual do PT-PR, lembra que este já é o quarto atentado contra a sede do partido desde março do ano passado.

“É muito grave esse ataque. Eu fico muito indignado como as pessoas não toleram pensamentos distintos e outras ideologias e colocam em risco a vida de pessoas. Elas foram desumanas e desrespeitosas”, afirma.

Presidente estadual do PT-PR ressalta que este já é o quarto ataque contra a sede do partido

O presidente ainda ressalta o risco que as bombas sinalizaram para os vizinhos, já que na hora do ataque, ninguém estava na sede.

“Se queimar a sede do PT nós lamentamos enquanto patrimônio, mas os vizinhos poderiam ter sido vítimas de uma catástrofe se o fogo atingisse a residência”, disse Rosinha.

O presidente registrou boletim de ocorrência  e visitou o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, na manhã desta quinta, para pedir rigor na investigação.

“A repressão de ontem em Brasília e isso aqui significa o aprofundamento do golpe e do estado de exceção”, ressalta.

A senadora Gleisi Hoffmann também comentou o ataque em sua rede social. “São tentativas covardes de nos intimidar, mas nossa militância é corajosa, aguerrida, e não vai se calar diante de atitudes fascistas. Vamos continuar defendendo a democracia e os direitos do povo brasileiro”.

Outros ataques

Este já é o quarto ataque contra a sede do partido. No começo do ano, pessoas tentaram invadir o prédio, mas foram impedidos por policiais.

Em março do ano passado, houve outro atentado. Duas garrafas de coquetel molotov foram arremessadas contra a sede. E em agosto, duas funcionárias foram vítimas de um assalto armado dentro do partido.

Nota do PT-PR

“Quarto atentado terrorista à sede do PT do Paraná no período de um ano

Pela quarta vez em pouco mais de um ano, a sede do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores no Paraná (PT-PR) se torna alvo de atentado.

Na madrugada passada, por volta das 4h20, duas pessoas encapuzadas arremessaram bombas de coquetéis molotov contra a sede do Partido. Um dos recipientes se partiu contra a parede externa da sede e pegou fogo ao lado de uma das janelas da fachada do prédio. Uma chama se formou do lado de fora e parte do material continuou aceso por mais de 20 minutos.

O outro, abriu um buraco na vidraça – embora ela seja protegida por grades – e foi cair dentro de uma sala, próximo a cortinas, móveis de madeira, computadores e documentos. A chama dessa segunda bomba não durou muito e o recipiente cheio de combustível inflamável não se partiu, senão o incêndio no interior poderia ter atingido grandes proporções. Ainda há forte odor de combustível dentro da sala.

É muito grave o que aconteceu e mais grave ainda por se tratar de fato reincidente. Preocupa-nos muito a violência causada pelo ódio e pela intolerância de pessoas que não admitem o pensamento diverso do delas, não toleram a diferença de opinião, não respeitam a vida do outro e usam da violência e da barbárie para impor o fascismo, a opressão e o terror.

O atentado não colocou em risco somente a sede do PT, mas toda a vizinhança no entorno, um bairro residencial. Se houvesse um incêndio de grandes proporções, por que era essa a intenção dos autores, os prejuízos contra o patrimônio do Partido, documentos e danos materiais diversos, mesmo que irrecuperáveis, seriam ainda poucos se comparados ao risco de o atentado incendiar e atingir também outras casas na vizinhança, onde as pessoas estavam dormindo naquele horário, ou mesmo contra os funcionários e dirigentes da sede durante o expediente normal. É desumano. É um retrato fiel da escalada do fascismo na sociedade.

O PT fez registro da ocorrência em delegacia de polícia e um inquérito deverá ser aberto para apurar o caso. Estive, acompanhado do presidente do Diretório Municipal de Curitiba, André Machado, da vereadora do Partido na Capital, Professora Josete, do ex-deputado federal Ângelo Vanhoni e de assessores do deputado Professor Lemos, líder do PT na Assembleia Legislativa do Paraná, participou no final da manhã de audiência com o chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Roberto Mello Milaneze, para relatar os fatos e pedir providências.

Os dois primeiros atentados aconteceram em março do ano passado e, no mês de agosto de 2016, houve também um assalto à mão armada contra duas funcionárias da sede do Partido e um prestador de serviços. Em todos os quatro episódios de violência contra o PT e funcionários da sua sede, a polícia foi acionada. Depois da audiência na Secretaria de Segurança Pública e diante dos compromissos lá assumidos, o PT sai confiante e com boas expectativas em relação ao trabalho da Polícia do Paraná no esclarecimento desses atentados.

Associando os fatos com a mensagem do poema “No caminho com Maiakóvski”, o PT lamenta e repudia o ódio e a intolerância que motivam tamanhos desrespeito, barbárie e violência, bem como a impunidade e a permissividade que fazem com que ela se repita e não cesse. A violência cometida contra o PT hoje, uma vez impune, uma vez não identificados ou se não forem responsabilizados os autores, amanhã poderá se voltar contra qualquer outro segmento, indivíduos e setores da sociedade.

O próprio vazamento de gravação de conversa entre um profissional da imprensa e sua fonte – episódio de rompimento do sigilo este semana – chama a atenção de todos os comunicadores e formadores de opinião para o perigo da permissividade desses abusos cometidos.

O que houve ontem em Brasília, quando o governo federal praticamente colocou a cidade em estado de sítio para reprimir e conter as manifestações de descontentamento e protestos do movimento social, também é parte dessa violência absurda e fascista. Não se pode permitir e deixar passar simplesmente, pois ela se volta imediatamente contra todos.

Curitiba-PR, 25 de maio de 2017
Dr. Rosinha
Presidente eleito do PT-PR”

 

Da Redação da Agência PT de Notícias