Na manhã desta terça-feira (8), o volume armazenado do Cantareira chegou à marca de 19%. Isso é, sem as águas do volume morto, a principal fonte de água da região metropolitana de São Paulo estaria praticamente zerada. Com o acréscimo da reserva técnica dos outros mananciais, o Cantareira ganhou 182,5 bilhões de litros de água, no dia 15 de maio. Isso equivale a 18,5% da capacidade total de 982,07 bilhões de litros.
Além disso, milhares de paulistanos registraram falta de água por longos períodos, levantando a suspeita de que há um racionamento não oficializado. Segundo o Datafolha, no final de maio, um terço da população afirmava ter sofrido falta de água. Para o prefeito de Embu e presidente do Comitê da Bacia hidrográfica do Alto Tietê, Chico Brito, Alckmin, ao não declarar racionamento, está evitando ser chamado de incompetente. “O governo do estado já deveria ter decretado racionamento, pois milhares de famílias já estão sem água na torneira. Em vez disso, a Sabesp desliga a rede, dizendo que está fazendo manutenção, quando, na verdade, está sonegando água da população”, criticou.
Alto Tietê – Uma das manobras do governador paulista, Geraldo Alckmin, para reduzir a retirada do Cantareira foi superexplorar outros mananciais. A vazão o Sistema Alto Tiete, por exemplo, baixou para 24,4% de sua capacidade total porque passou a fornecer mais água: de 10 mil para 15 mil litros por segundo. Segundo especialistas, se o Alto Tiete continuar apresentando o ritmo de queda atual, também estará esgotado em novembro.
A Sabesp informou em nota que espera que o período de chuvas, que vai de outubro a março, ajude a normalizar os níveis dos mananciais. A empresa afirmou estar preparada para garantir o abastecimento da região metropolitana de São Paulo até meados de março de 2015. Entretanto, se o Cantareira continuar apresentando queda diária de 0,2 pontos percentuais, o sistema estará zerado em outubro.
Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias