O Seminário Nacional ‘Estratégias de Resistência ao Racismo no Brasil’ terminou nesta sexta-feira (14) e definiu como estratégia a realização de um grande encontro nacional para 2019, ano que será marcado por intensa mobilização por conta do governo fascista de Jair Bolsonaro (PSL).
Além de definir os caminhos da resistência, o seminário também foi um importante espaço para destacar a união de todas as entidades do Movimento Negro no combate ao racismo estrutural e institucional, que agora deve se intensificar com a chegada de um governo manifestadamente preconceituoso contra negros, assim como mulheres e indígenas.
Por conta disso, o secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT, Martvs Chagas, acredita que o enfrentamento ao governo racista de Bolsonaro deve ir além de discursos e mobilizações pontuais. “Temos ter uma ação cotidiana de diálogo com as periferias fazendo com que as pessoas, que são alvos de nossas políticas, possam entender o nosso discurso e nos acompanhar na luta”, aponta.
A referência de Chagas às políticas do PT também foi mencionada no seminário. Os militantes presentes no Sindicato do Químicos em São Paulo exaltaram a atuação de Lula na luta contra o racismo. O ex-presidente foi responsável pela sanção do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Planapir), importante medida para promover a igualdade de condições entre as raças em diversos aspectos sociais. O decreto incluiu os indígenas e as populações quilombolas nas estratégias de combate às desigualdades sócio-econômicas.
Lula também criou, em 2003, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), uma das mais importantes políticas de ações afirmativas voltadas para a população negra realizada no Brasil. Foi também neste período que foi criado o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
Chagas, inclusive, revelou que a união construída pelo seminário terá como uma das principais metas a criação de um movimento forte para evitar a extinção da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial. “Nosso encontrou foi importante para diagnosticar que tipo de enfrentamento vamos ter a partir do ano que vem. Sabemos da visão racista do futuro governo e da visão antidemocrática”, pontua o secretário.
Ainda segundo Chagas, o seminário também definiu uma comissão para formular a carta com as diretrizes estabelecidas no encontro. As lideranças presentes no Sindicato dos Químicos também vão acompanhar o andamento das mobilizações até o próximo encontro nacional. O secretário reconheceu que com o governo Bolsonaro a “tarefa será árdua”, mas ressaltou a importância do seminário.
“A avaliação é de que o seminário cumpriu o seu papel, reunindo centenas de pessoas. Será uma tarefa árdua, mas grande parte das pessoas que estiveram aqui são descendentes de africanos escravizados e, se os antepassados passaram pelo que passaram, eles também tem todas condições de superar as adversidades. Além da palavra resistência, nós também acrescentamos no seminário a resistência com superação do racismo”, finaliza Chagas.
Da Redação da Agência PT de Notícias