Com o intuito de mobilizar a população para a luta contra o desmonte da Previdência proposto pelo governo ilegítimo de Michel Temer, a Bancada do PT na Câmara promoveu, nesta quinta-feira (9), um seminário em Brasília (DF) que reuniu vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, gestores e dirigentes do Partido dos Trabalhadores de todo o País.
“A luta contra o desmonte da Previdência Social não pode se restringir ao Congresso Nacional, ela tem que abranger todo o povo brasileiro, em cada município”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP) na abertura do evento.
O encontro, na avaliação do líder, ajuda nesta mobilização e na conscientização dos trabalhadores sobre os retrocessos previstos na reforma.
“Temos que acelerar a mobilização em todo o País. Estamos avançando para além das fronteiras da Câmara porque precisamos derrotar essa proposta cruel contra os trabalhadores ainda na comissão especial que discute o tema”, reforçou Zarattini.
Ele lembrou que a intenção da base do governo é a de apreciar a proposta, em plenário, na segunda quinzena de maio.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, participou da abertura do evento e afirmou que derrotar a reforma da Previdência significará “desmoronar a política recessiva do governo Temer”.
“Se derrotarmos essa proposta, que afeta cruelmente os trabalhadores brasileiros, vamos animar a militância e demonstrar a setores que hoje são refratários ao PT de que o partido está do lado certo, defendendo o Brasil ao lado do povo brasileiro”, completou.
O deputado Décio Lima (PT-SC), líder da Minoria no Congresso, também participou da mesa de abertura do evento e disse que o combate à reforma da Previdência é dentro do Congresso, mas enfatizou que essa árdua tarefa precisa do apoio das ruas. Por isso, vereadores e deputados estaduais precisam mostrar a dor e a dureza dessa proposta do governo golpista, feita para privilegiar o sistema financeiro e os rentistas.
“A grande indagação nesse momento é qual é o partido que vai ter a capacidade de defender a classe trabalhadora brasileira do campo e da cidade. E o partido que tem a maior capilaridade para fazer esse enfrentamento é exatamente o PT”, afirmou.
Para a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), o seminário é importante pois ajuda a democratizar as informações sobre a proposta perversa do governo ilegítimo, para organizar a luta em todo o País.
“A população é contra; nós somos contra. Vamos fazer um bom debate com a sociedade e ganharmos essa causa”, afirmou, lembrando que no Dia Internacional da Mulher, militantes e parlamentares foram às ruas e deram o seu recado.
“As mulheres, que serão as mais atingidas pela reforma disseram claramente que são contra qualquer retirada de direitos”.
Na avaliação do líder da Minoria no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), o principal trabalho a ser feito para derrotar a reforma é na base dos parlamentares nos estados e municípios. Por isso, defendeu o combate do desmonte da Previdência nas ruas e nas redes sociais.
“Tenho certeza de que da forma como a proposta foi apresentada, com tantos retrocessos, com tamanho prejuízo para os trabalhadores, ela não passa”, avaliou.
Comissão Especial
O deputado José Mentor (PT- SP), um dos representantes do PT na comissão especial que discute a reforma, participou da mesa de abertura do evento e fez relato dos trabalhos do colegiado.
Ele citou o rolo compressor da base do governo, que tentou impor uma agenda acelerada, já querendo que o relatório fosse apresentado no dia 16 de março. Mentor falou da grande resistência do PT e dos partidos de oposição, que obrigou os governistas a recuarem.
“Conseguimos incluir quatro novas audiências públicas, ampliando novos temas para debates. Com isso, além de esticar o prazo para a apresentação do parecer, conseguimos garantir um dos debates sobre as mulheres, principais prejudicadas com a reforma e sobre o cálculo atuarial, que é onde o governo diz que tem déficit, mas não cita os dados no qual se baseou”, explicou.
Segundo o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o desmonte na Previdência afeta a vida das pessoas e eles precisam saber o que significa e quais as consequências dessa mudança de regras.
“Mais de 70% das pessoas que vivem nos pequenos municípios têm a receita vinculada à aposentadoria, elas dependem da Previdência Social para sobreviver. Mudar as regras, inviabilizar a aposentadoria para esses trabalhadores vai afetar a sobrevivência de milhares de cidades”, alertou.
Guimarães defendeu ainda a mobilização concentrada na base eleitoral dos deputados e senadores para que eles votem contra o desmonte da Previdência.
Do PT na Câmara