Líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) tem feito enfáticos discursos contra a corrupção e a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. As palavras do senador tucano em nome da ética, no entanto, se contrapõem ao seu histórico político.
Membro da comissão do impeachment no Senado, Cunha Lima já foi cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando era governador da Paraíba, em 2008, por abuso de poder econômico e político e uso indevido de dinheiro público. Entre os ilícitos cometidos pelo tucano está distribuir 35 mil cheques pela Fundação de Ação Comunitária durante a campanha eleitoral de 2006. Seu vice, José Lacerda Neto (DEM), também foi obrigado pela Justiça a deixar o cargo.
Em 2010, já enquadrado como Ficha Suja, Cunha Lima foi beneficiado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de só aplicar a nova Lei da Ficha Limpa a partir das eleições de 2012. Com isso, o tucano concorreu e venceu a eleição para senador.
Porém, a ação do TSE que cassou seu mandato não foi o único caso de corrupção envolvendo Cássio Cunha Lima. O senador enfrenta outros graves entraves na Justiça.
O líder do PSDB é réu na Operação Concord, da Polícia Federal, que apura esquemas de desvios de recursos e lavagem de dinheiro em sua campanha eleitoral de 2006. Cássio Cunha Lima é acusado de distribuição de dinheiro para compra de votos. O caso é conhecido como o ‘Escândalo do Dinheiro Voador’, isso porque, tentando se livrar de ser preso em flagrante pela PF, o operador da política local, Olavo Lira, teria jogado R$ 400 mil do alto do edifício Concord, na capital paraibana.
A investigação ainda tramita em segredo de Justiça no Supremo há quase três anos. No dia 3 de dezembro de 2012, a ministra do STF, Rosa Weber, pediu providências ao juiz Sergio Moro para dar celeridade ao processo, como o juiz tem feito na Operação Lava Jato.
Em um escândalo mais recente, Cássio Cunha Lima aparece na lista da Odebrecht. A lista, divulgada pela Operação Lava Jato, contém nomes de autoridades com foro privilegiado, entre eles, Aécio Neves, José Serra, Paulinho da Força, Roberto Freire, Antonio Imbassahy, Agripino Maia, Cássio Cunha Lima, entre outros opositores do governo da presidenta Dilma.
Em doações oficiais, Cássio Cunha Lima teria recebido, em 2014, como candidato a governador da Paraíba, R$ 4,4 mil da Odebrecht. No entanto, na lista da Odebrecht, o valor repassado ao senador tucano chegaria a R$ 500 mil.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias