O evento possibilitará a troca de conhecimentos entre o Brasil e os Estados Unidos sobre ações e políticas para a igualdade em saúde. Acontece até o dia 5, na II EXPOGEP – Mostra Nacional de Experiências em Gestão Estratégica e Participativa do SUS, em Brasília. Com o objetivo de promover a equidade em saúde para a população negra, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), realizou nesta segunda-feira (3) a abertura do Seminário bi-nacional Brasil-Estados Unidos JAPER – Plano de Ação Conjunto para a Promoção da Igualdade Racial e Étnica. O evento, que acontece nos dias 3 a 5, é realizada em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, com a parceria do MS. Durante os três dias, serão debatidos o racismo institucional, políticas e metodologias para alcançar a igualdade de atendimento em saúde para os negros. “A equidade nessa área é um princípio do Sistema Único de Saúde (SUS), que deve reger todo e qualquer sistema de saúde e toda e qualquer política pública. Nesse esforço, o enfrentamento ao racismo é um aspecto de fundamental importância”, disse na mesa de abertura, Mônica Oliveira, titular Substituta da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR. Durante o encontro, será debatida também a violência contra a população negra a partir do Plano Juventude Viva. Oliveira destacou a importância do seminário, que possibilitará a apresentação de pesquisas e dados para a formulação e acompanhamento das políticas públicas de saúde. “É um momento importante, foram quase dois anos para a construção da atividade, com esforços do lado brasileiro e norte-americano, o que demonstra a maturidade institucional no âmbito do programa”, reforçou, lembrando ainda que a ação já tem possibilitado o monitoramento e avaliação das políticas implementadas. Para Rui Leandro Silva, coordenador geral de Educação Popular e Mobilização do MS (DAGEP/SGEP/MS), o JAPER fortalece a política pública voltada para as pessoas negras. “Temos hoje o reconhecimento do Ministério da Saúde e do Governo Federal de que o racismo impacta, sim, e é um fator determinante no processo de saúde desse segmento. Todos os indicadores de saúde desta população encontram-se em desvantagem. É necessário que avancemos”, falou, destacando ainda que o SUS atende 200 milhões de brasileiros e que é necessária, cada vez mais, a pactuação e o fortalecimento de uma gestão participativa junto aos movimentos sociais na saúde. JAPER Assinado em 2008, o JAPER tem um compromisso de colaboração contínua entre os governos do Brasil e dos EUA. Para o adido de saúde e representante da embaixada amerciana, Abrahan Miranda, é essencial este reconhecimento institucional em se abordar as diferenças de tratamento em saúde: “A falta de igualdade étnica e racial em termos de saúde é um problema que compartilhamos”, disse. Para ele, os motivos pelos quais populações têm diferentes resultados em saúde e menos longevidade são complexos e a troca de ideias é crucial para o enfrentamento da questão. “O programa é a base para um futuro brilhante”, terminou. A representante da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS/Brasil), Maria Inês Barbosa, destacou a necessidade da desconstrução do racismo e da aceleração das garantias dos direitos humanos para os afrodescendentes. “Quando falamos em direitos dos negros nesta área, estamos dizendo que o SUS tem que dar certo, pois estamos falando de mais de 50% da população. Esse sistema precisa resolver e dar respostas a essa situação, valorizando, inclusive, todo avanço que já temos e que é resultado de anos de luta”, afirmou. Também participaram da mesa de abertura Benjamim Medina, do Departamento de Estado dos EUA, Tiffany West, da Dare Global, e Simone Cruz, representantes da sociedade civil dos EUA e brasileira. Contou também com a fala motivacional de Makota Valdina, representante das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, e que falou sobre o terreiro como espaço de acolhimento e promoção de saúde. Houve ainda a palestra “A cooperação internacional e o enfrentamento ao racismo institucional”, com representantes do MS, da OPAS/OMS, e da W.K Kellogg Foudation, que apóia ações de promoção e desenvolvimento das crianças norte-americanas e a superação de diferenças raciais e desigualdades. Transferido para o período da tarde devido à posse do novo ministro da Saúde, Arthur Chioro, o seminário acontece durante a programação do II Expogep – Mostra Nacional de Experiências em Gestão Estratégica e Participativa do SUS, realizado pelo MS. Nesta terça, 4, serão debatidos o Plano de Ação Conjunta Brasil & EUA para a Promoção da Equidade em Saúde, avanços e desafios no reconhecimento do racismo como determinante social e enfrentamento da violência contra a juventude negra. Fonte: COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO DA SEPPIR