A cada dois minutos uma mulher sofreu violência doméstica no Brasil em 2017. O país contabilizou um estupro a cada nove minutos. No ano passado, três mulheres foram mortas por dia vítimas de feminicídio – assassinato motivado pela condição de gênero. É nesse ambiente hostil e de extrema violência que as mulheres sobrevivem no país.
Os dados apontados fazem parte do Anuário divulgado na quinta-feira (9) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento mostra que o Brasil ficou mais perigoso para as mulheres, com aumento nos casos de estupro e de feminicídio em 2017 em relação ao ano anterior.
Três mulheres são mortas por dia vítimas de feminicídio
O crime de feminicídio foi incluído no Código Penal em 2015, com a legislação específica sancionada pela presidenta eleita Dilma Rousseff. O Anuário de Segurança Pública apontou 929 casos com essa classificação referentes a 2016. No ano passado, o estudo mapeou 1.133 mortes de mulheres pela condição de gênero, o que representa três mortes por dia. No geral, 4.539 mulheres foram assassinadas em 2017, o número representa um crescimento de 6,1% em relação a 2016.
A cada nove minutos uma mulher é estuprada
Mais mulheres também foram vítimas de estupro no ano passado, quando 60.018 casos foram registrados, ou seja, a cada nove minutos uma mulher foi estuprada no país.
O número representa aumento de mais de 8% quando comparado a 2016, ano em que foram contabilizadas 54.968 ocorrências. Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos voltaram a crescer em 2016, após quatro anos de queda.
Violência doméstica atinge uma mulher a cada dois minutos
Os números que constam no Anuário mostram ainda que a violência doméstica está presente quase que em tempo integral na vida das mulheres brasileiras, com uma ocorrência a cada dois minutos. O total de registros foi de 221.238 casos em 2017, ou seja, em média 606 mulheres foram agredidas por dia no Brasil.
Temer promove desmonte nas políticas de proteção às mulheres
Logo que usurpou a Presidência da República, o governo golpista de Michel Temer deu início aos ataques às políticas de proteção conquistadas pelas mulheres durante os quase 13 anos de governo petista. O primeiro ato foi a extinção da Secretaria de Políticas para Mulheres, que até então tinha status de ministério.
Após a entrada ilegítima de Temer, a Pasta se transformou em um “puxadinho” dentro do Ministério da Justiça. Posteriormente, a estrutura que restou após o sucateamento foi vinculada à Secretaria de Governo e agora integra o Ministério dos Direitos Humanos, comandado por um homem.
O descaso do desgoverno com o enfrentamento à violência contra a mulher também se mostrou no corte de investimentos em programas criados por Lula e Dilma, como a Casa da Mulher Brasileira, que estava em fase de implementação à época do golpe.
O equipamento foi planejado para oferecer atendimento integrado às mulheres vítimas de violência, com acesso facilitado, no mesmo espaço, aos serviços especializados de acolhimento, apoio jurídico e psicossocial.
Por Geisa Marques, da Comunicação Elas por Elas