Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o jornalista Clóvis Rossi afirmou que os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada sobre a diminuição da desigualdade no Brasil não estavam corretos. Segundo Rossi, a renda dos muito ricos e, principalmente, a renda do capital são subestimadas pelas pesquisas domiciliares levadas a cabo pelo Ipea.
“É tão improvável que a desigualdade no Brasil esteja aumentando quanto um termômetro apontar 40 graus quando não há febre”, rebateu, também na edição deste domingo da Folha, o economista Sergei Soares, presidente do Ipea.
Segundo Soares, comparações no tempo entre pesquisas domiciliares idênticas mostram que a desigualdade aumenta em quase todo o mundo, mas cai no Brasil. “Ou seja, o mesmo instrumento revela tendências distintas entre o que ocorre no Brasil e na maior parte dos países”, conclui.
O presidente do Ipea lembra que os salários como porcentagem do PIB estão aumentando desde 2003. Logo, argumenta, se em 2004 a massa salarial era equivalente a 39,3% do PIB, em 2009, havia subido para 43,6%.
“Como o rendimento do capital está de fato diminuindo como porcentagem do PIB, a única explicação para um aumento da desigualdade total seria uma brutal concentração dos rendimentos do capital em cada vez menos mãos. Nada indica que isto esteja acontecendo”, escreveu Sergei Soares.
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Da Redação da Agência PT de Notícias