Os delegados e delegadas do 13º Congresso Nacional da CUT “Lula Livre” – Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia, elegeram nesta quinta-feira (10), em chapa única, a nova direção Nacional da CUT para o mandato de 2019/2023.
Para a presidência da entidade foi eleito por unanimidade o metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. A vice-presidência será ocupada pelo representante do sindicato dos Bancários, Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Vagner Freitas, presidente por dois mandatos de sete anos. A Secretaria-Geral será comandada pela primeira vez nos 36 anos de CUT por uma mulher, a trabalhadora rural, Carmen Foro.
Em seu discurso de posse, Sérgio Nobre agradeceu a todos e todas que participaram do 13º Concut pela qualidade rica dos debates, pelo esforço na construção do Congresso e, em especial, aos sindicatos de base, aos presidentes das CUT’s estaduais e a todos os funcionários da Central que trabalharam meses na organização do congresso.
Ele destacou que o período de seu mandato será duro em consequência dos ataques aos direitos que a classe trabalhadora vem sofrendo desde o golpe de 2016, e mais fortemente nos últimos dez meses de governo de Jair Bolsonaro (PSL), que só apresenta propostas de retirada de direitos sociais e trabalhistas e não tem projeto de desenvolvimento econômico, com justiça e inclusão social, e geração de emprego e renda.
“Esse Congresso foi realizado numa conjuntura adversa, difícil, que requereu de todas as forças políticas a mais ampla unidade para enfrentar o fascismo neste país. Esta chapa expressa toda a diversidade do país, de raça e entidades. Tem gente do campo, da cidade, de entidades públicas e privadas e LGBTs”, declarou.
O novo presidente da CUT lembrou ainda da luta que a Central vem travando nos últimos anos, desde as jornadas de 2013, a dura eleição da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2014, o golpe que veio na sequência e a prisão injusta do ex-presidente Lula, além do papel que desenvolveu para garantir direitos, defender a democracia e pela liberdade de Lula, a quem ele foi visitar na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde é mantido preso político desde abril do ano passado. Sérgio contou que Lula pediu para a CUT chegar mais perto da base, do povo, da população em geral.
Sérgio Nobre disse ainda que a CUT esteve o tempo todo nas ruas e vai continuar assim . No próximo dia 30, vai ocupar as ruas de Brasília contra a política econômica deste governo que está destruindo o país, em defesa do patrimônio público, das estatais, da Amazônia e dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.
“Dia 30 é a nossa primeira tarefa. Vamos estrear bater lá no Paulo Guedes [ministro da Economia]. Vamos impedir os projetos autoritários de Jair Bolsonaro [PSL]”, anunciou.
O novo presidente da CUT fez uma homenagem ao seu antecessor, Vagner Freitas, a quem agradeceu a parceria e ressaltou a importância da parceria nos próximos anos. “Eu não poderia deixar de agradecer o quanto tenho orgulho de você, por sua experiência e companheirismo. Quero agradecer também a minha categoria, os metalúrgicos, meus companheiros de chão de fábrica que vieram aqui”.
Ao encerrar Sérgio Nobre voltou a falar sobre a violência praticada contra Lula, disse que apesar dele não estar presente fisicamente acredita que o ex-presidente mandou boas energias para os participantes do Congresso, que recebe o nome Lula Livre. Nobre lembrou ainda que dia 27 deste mês, é aniversário do ex-presidente e haverá comemorações em todo o país.
“Lula é nosso companheiro que pode nos liderar para derrotar Bolsonaro e recuperar a democracia.Um forte abraço a todos e todas e viva a Central Única dos Trabalhadores e das trabalhadoras”, encerrou o novo presidente da CUT.
O vice-presidente
Vagner Freitas, que será o vice-presidente da entidade, agradeceu o apoio de todos e todas durante seu mandato na presidência da CUT e, disse estar honrado da chapa única, eleita com representantes de todos os sindicatos da base, do campo e da cidade, de homens e de mulheres.
“Parabéns a todos indicados, à coordenação do Congresso, às correntes políticas que tiveram a capacidade de construção da chapa única e aos mais de 1700 delegados, que num momento conturbado como este aceitaram fazer este 13º Concut. Demonstramos a nossa energia e qualidade da representação dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil”.
A primeira mulher numa das principais secretarias
A primeira mulher eleita Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro, iniciou seu discurso agradecendo a todas as mulheres invisíveis e negras que ao longo da história das mulheres trabalhadoras passaram pela CUT. Agradeceu também ao sindicato dos Trabalhadores Rurais de Igarapé-Miri (PA), de onde veio e à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura( Contag).
“Quero agradecer a direção política da CUT porque eu tenho uma concepção de vida que a gente só vai conseguir enfrentar os desafios se tivermos muita solidariedade entre nós. Estamos todas juntas e todos juntos porque a guerra que está estabelecida no próximo período requer de nós coragem, força, determinação e unidade”.
Carmen Foro lembrou ainda que a história da classe trabalhadora nunca foi fácil e a CUT precisa estar atenta e firme para enfrentar a reforma sindical.
“Nós vamos derrotar essa reforma sindical, organizar os trabalhadores e fazer todas as lutas necessárias. Essa vai ser nossa missão: organizar os congressos estaduais até dezembro e pautar um conjunto de outros enfrentamentos com esse governo. Viva a CUT. Viva a classe trabalhadora. Viva o movimento sindical. Até a vitória companheiros e companheiras”, encerrou Carmen.
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Por CUT