O presidente da CUT, Sergio Nobre, chama os trabalhadores e as trabalhadoras para participarem de atos, no dia 18 de março, em todo o país.
Será o “Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia e Agricultura Familiar”. Convocado pela CUT e demais Centrais sindicais, o 18 de março será um dia de mobilizações nos locais de trabalho, paralisações e atos nas principais capitais e nas cidades do interior do país.
Sergio Nobre defende a manifestação legítima e democrática, lembrando que as medidas neoliberais do governo de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, têm retirado direitos dos trabalhadores, a economia patina, sem dar sinais de recuperação, e o patrimônio nacional é colocado à venda para estrangeiros a preço de banana.
Para Nobre, outras decisões do atual governo tem tornado difícil a vida de milhões de brasileiros, como a dificuldade em ter acesso à aposentadoria e outros benefícios da Previdência Social, com o caos que impera no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“As filas para receber o Bolsa Família só aumentam, mais de 12 milhões de brasileiros e brasileiras estão desempregados e mais de 50% da população na informalidade. Isso sem contar o crescimento do número de pessoas em situação de rua em todo país. E para piorar não existe nenhuma política no sentido de reverter este cenário, pelo contrário”, destaca.
Para Sérgio Nobre, o Estado brasileiro é o principal alvo do governo de Bolsonaro e de Paulo Guedes.
“Eles odeiam tudo que é público, tudo que é estatal e não escondem isso”, afirma.
Ainda segundo o presidente da CUT, o Brasil tem serviços públicos de saúde, educação e Previdência, mas se a população não protestar nas ruas, Bolsonaro e Guedes vão destruir tudo.
Para Sergio Nobre, os neoliberais não governam para todo mundo, eles governam para uma parte da população, justamente a que tem recurso para pagar.
Ele lembra que para ter saúde e educação privadas, as pessoas precisam ter condições de pagar, mas 90% da classe trabalhadora não ganham o suficiente para isso.
“E quando é público é para todo mundo, então quem quer um Brasil para todos e todas têm que ir para rua dia 18 de março”, diz
Para Sergio, o dia 18 é para dizer chega, e que o Brasil precisa mudar de rumo.
“A gente espera que milhares e milhares de trabalhadores venham para rua dizer que o país está no rumo errado e que precisa recuperar o caminho correto de fortalecer as políticas públicas, geração de emprego, do crescimento com soberania e não permitir as arbitrariedades que estão sendo feitas no Brasil”, ressaltou.
Sem reação, o que está ruim pode piorar
O atual cenário é mesmo de perversidade contra a classe trabalhadora. Os serviços públicos estão sendo desmontados pelo governo, que não investe em estrutura e muito menos em pessoal. Pelo contrário, no fim do ano passado, só o INSS anunciou o corte de 50% da estrutura administrativa e existe uma previsão de fechar mais de 500 agências até julho deste ano.
Além disso, um decreto do governo extinguiu temporariamente os concursos públicos, sendo que o número de servidores já diminuiu, a idade média da categoria, hoje, é de 60 anos e 60% dela está apta a se aposentar.
“Daqui alguns uns dias vão enviar para o Congresso Nacional uma proposta de Reforma Administrativa, que na verdade, é para acabar com concurso público, permitir a demissão de servidores e isso vai agravar o que já está grave”, destaca Sergio.
Por CUT