A Petrobras é a empresa símbolo do Brasil. Desde sua criação, em 1953, é atacada pelos segmentos que menosprezam nossa soberania, autonomia tecnológica e os interesses nacionais, já que se alinham de forma automática e submissa aos estrangeiros.
A estatal, agora, tem sido alvo de ataques da oposição e de setores da mídia que não conseguem esconder a vontade de entregar as riquezas do pré-sal a petroleiras estrangeiras. Usa-se como argumento para legitimar esse complexo de vira-latas a chamada Operação Lava-Jato, que expôs esquemas criminosos praticados por funcionários e dirigentes da estatal.
Entendemos que todos os que cometeram ilícitos devem ser punidos, inclusive os que assim agiram no período do governo do PSDB/FHC.
Mas toda a celeuma provocada em tomo do tema não pode servir de pretexto para enxovalhar a imagem da empresa, uma das maiores petrolíferas do mundo. Tem havido campanha sórdida para enfraquecê-la e tentar entregá-la aos estrangeiros. São os mesmos que na época do PSDB tentaram sua privatização plena e até mudar seu nome para Petrobrax.
O governo patrocinou a mudança de comando na empresa e tudo será uma questão de tempo para se estabelecer uma nova governança e resgatar sua capacidade econômica e financeira.
A Petrobras é a expressão do interesse nacional, como mostram os números. Atacá-la é tentar fragilizar o país. Cada R$ 1 investido pela Petrobras gera R$ 1,90 de renda na economia, um alto efeito multiplicador. Seus investimentos representam 2% do PIB e devem totalizar R$ 200 bilhões, entre 2014 e 2018.
A estatal detém tecnologia própria de exploração em águas ultraprofundas, o que gera cobiça de outras empresas e até governos. Tem o papel de induzir investimento em tecnologia, pois mantém na Coppe-UFRJ um centro de pesquisa e excelência na área de tecnologia e exploração de petróleo, e tem parcerias com outras universidades. Detém a terceira maior reserva de petróleo a ser explorada entre as dez maiores empresas privadas petroleiras do mundo. A Petrobras compra 10% das máquinas e equipamentos vendidos no Brasil. Ou seja, cria uma demanda imensa para empresas domésticas de bens de capital.
Para os que atacam a empresa, é bom frisar que ela é responsável por cerca de 80 mil empregos diretos. E sua paralisação, como querem os entreguistas de plantão, iria afetar também as empreiteiras, responsáveis por 2,8% do PIB em termos de investimento.
O Brasil, com o PT, a partir do governo Lula e, depois, com Dilma, nunca combateu tanto a corrupção. A Polícia Federal, durante o governo FHC, realizou apenas 48 operações. Com o PT, de 2003 a 2014, foram 2.226 operações, com a prisão de 24.881 pessoas, das quais 2351 servidores públicos e 119 policiais federais. Vamos continuar a prender e punir corruptos, mas a Petrobras junto com o pré-sal e o regime de partilha – deve ser preservada dos ataques antinacionais.
(Artigo originalmente publicado no jornal “O Globo”, na edição de 23-03-2015)
Sibá Machado é deputado federal pelo PT do Acre e líder da bancada petista na Câmara