O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), acredita que a decisão do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de adiar a instalação da comissão do impeachment é parte do que ele chama de “golpe do golpe”. A instalação da comissão, que seria na segunda-feira (7), foi adiada para hoje. Para ele, há um conluio claro entre o PSDB/DEM e PPS com o presidente da Câmara para, a qualquer custo, atropelar regras e implementar o processo de impeachment da presidenta Dilma sem nenhuma base legal.
“O PSDB está vendendo a alma para aprovar o impeachment, e, para isso, promove acusações infames contra a presidenta Dilma Rousseff. É um partido golpista, que usas acusações falsas, terceirizadas pelo PSDB para juristas golpistas, a fim de tentar apear a presidenta Dilma do governo. Não há nada contra ela, não há base legal para o processo e não vai haver golpe. Se querem a guerra, vamos à guerra”, disse o líder.
Cunha havia acertado com os líderes o rito do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, aceito por ele na semana passada. “Na segunda-feira (7) ele mudou tudo, por vontade própria. Mesmo que seja previsto no regimento, razão regimental não nos interessa. Ele feriu esse entendimento”, criticou Sibá.
Os acertos entre os líderes são a base da convivência no Parlamento. Com o ‘tratoramento” de Cunha, criou-se uma situação de incertezas, “acabando-se com a relação de confianças entre os parlamentares”, segundo o líder.
Ao ser realizada nesta terça-feira (8), a instalação da comissão atrapalha ainda a sessão do Conselho de Ética, marcada para as 14h, que tenta pela terceira vez votar o relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) pela admissibilidade do processo contra Eduardo Cunha, que pode resultar na cassação de seu mandato.
Questionado se esse seria, em sua opinião, um motivo que contou para a decisão de Cunha de adiar a instalação da comissão do impeachment, o líder do PT respondeu: “Mistura tudo agora né, achamos que está tudo misturado, interesse de todos os níveis. Eu chamo isso de golpe do golpe”.
Sibá Machado também criticou a postura dos parlamentares da oposição, que haviam rompido com Cunha e defendido seu afastamento da presidência da Câmara, diante das denúncias de corrupção envolvendo seu nome. “O PSDB, que há duas semanas veio ao plenário dizer que não reconhecia mais o Eduardo Cunha para nada, agora se reaglutina com o Eduardo Cunha e tá aí o resultado”.
Do PT na Câmara, com informações do site Brasil 247