Diante dos sigilos impostos aos documentos do Metrô, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Polícia Militar pela gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), deputados e vereadores do PT estudam ingressar com uma representação junto ao Ministério Público estadual para cobrar transparência do governo paulista.
Para o vereador Paulo Fiorilo (PT-SP), a decisão do tucano de tornar os documentos sigilosos demonstra a “face autoritária” do comando do PSDB.
“Claramente o governo tem medo da exposição e da transparência de suas ações nos últimos anos. Para sociedade essa é uma situação de temor. O que será que eles fizeram que a população não pode saber agora, mas só daqui 5 ou 15 anos?”, indaga.
Fiorilo qualifica como “absurda” a justificativa do governo de São Paulo para manter como secretos o conteúdo dos documentos. A Polícia Militar, por exemplo, afirmou que a divulgação das informações poderia colocar em risco a segurança pública.
“Nós não estamos vivendo nenhum momento de guerra, atentado ou coisa parecida. Essa justificativa é um absurdo e começa a revelar o autoritarismo do PSDB para a sociedade”, rebate o vereador.
Segundo o deputado estadual João Paulo Rillo (PT-SP), petistas entraram com uma proposta para sustar os efeitos da resolução relativa ao Metrô na Assembleia Legislativa. Eles questionam a censura na Justiça com base na Lei da Transparência.
“Quem não deve não teme. Ao impedir o acesso às informações do Metrô, da Sabesp e da Polícia Militar, Geraldo Alckmin admite erros e crimes no governo dele”, afirma.
Para o deputado federal Vicentinho (PT-SP), desde o momento em que os dados do metrô passaram a ser sigilosos, busca-se uma resposta do governo do PSDB para entender o motivo dessa restrição.
“A sociedade tem o direito de saber a verdade sobre tudo, não tem justificativa para sigilo. Sigilo é quando se trata de ameaça a segurança nacional e este não é o caso em nenhuma das três decisões. Nós queremos transparência, queremos a verdade”, critica.
Segundo o vereador Paulo Fiorilo, em função do metrô ter uma relação direta com a cidade de São Paulo e os vereadores estarem acompanhando as situações ruins com a presença de alguns policiais em atos de violência explícita, como o caso da chacina que matou 19 pessoas em Osasco, Barueri e na Grande São Paulo, é possível que eles entrem com uma ação junto ao Ministério Público também.
“Estamos estudando se a bancada de vereadores deve entrar com alguma representação no ministério público para cobrar a transparência necessária para a sociedade. Isso nós devemos fazer na próxima sexta-feira”, explica.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias