Movimentos sociais do campo e da cidade, assim como lideranças políticas do campo da esquerda se manifestaram de maneira contundente contra os ataques sofridos pela caravana de Lula pelo Brasil quando estava no oeste do estado do Paraná.
O atentado ocorreu no deslocamento entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, deixando dois furos na lataria de um dos coletivos – um de cada lado – sendo que um terceiro tiro acertou de raspão uma das janelas. O outro veículo foi atingido por um quarto tiro na lateral.
Boa parte dos presidenciáveis já se posicionou condenando o ataque à caravana. A Frente Brasil Popular, que abarca diversos movimentos sociais e sindicais como a CUT e o MST, emitiu uma nota onde afirma que “o Brasil não pode tolerar o atentado contra Lula”.
Segundo o documento da Frente, “calar um ex-presidente da República com agressões e tiros demonstra quão grave é o momento que o Brasil vive”.
Veja a íntegra da nota:
Para o MST, que assina a nota, “essas práticas de calar ou eliminar adversários políticos já configuraram em outros graves e difíceis episódios da nossa história e o desfecho foram anos de Estado de Exceção. O País não pode voltar a viver os tempos de chumbo.”
A Frente Povo sem Medo afirmou que “os fascistas ultrapassaram qualquer limite”. A frente demonstrou “solidariedade a Lula contra as agressões”.
A Força Sindical também divulgou uma nota onde classifica “como lamentável o ato de covardia praticado contra um dos ônibus que transportava parte da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado do Paraná. Um verdadeiro ataque à democracia!”
Ainda segundo a central, “não podemos permitir, em hipótese alguma, que diferenças políticas e/ou ideológicas sejam colocadas, de forma insana, no lugar onde deveria prevalecer o bom-senso e o direito democrático de expor, em bom tom, opiniões ou conceitos distintos.”
A CTB condenou os ataques afirmando que “não podemos deixar o fascismo prosperar”. O texto ainda diz que “é indispensável que os fatos sejam rigorosamente apurados e os responsáveis punidos”.
“O episódio reflete o ódio de classes que vem sendo disseminado na sociedade por políticos e grupos de direita e extrema direita com assento privilegiado nos três poderes da República e a cumplicidade da mídia burguesa”, afirma a nota.
O coletivo Intervozes, que atua na defesa do direito à liberdade de expressão, também se posicionou contra o atentando e afirmou que, além de todo aspecto violento, também é uma tentativa de censura.
“A divergência política faz parte do debate democrático, é saudável e desejável, principalmente em ano eleitoral. Porém, concretizar essa divergência por meio de violência, com o uso de pedras, espancamentos e até tiros, como tem ocorrido na região Sul, é prática inaceitável, fruto de uma visão fascista de exclusão da diferença a qualquer custo”, defendeu o coletivo.
A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia publicou um texto onde “vem a público externar grave preocupação com a escalada da violência ligada ao cometimento de “crimes de ódio” durante a passagem da chamada Caravana da Cidadania pelos estados do Sul do país, contra manifestantes e especialmente contra o próprio ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.”
O argentino vencedor do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel manifestou seu “profundo repúdio aos atos criminosos da direita brasileira contra o companheiro Lula, que além de tentar impedir sua candidatura, agora tenta assassiná-lo”.
A Confederação Sindical Internacional (CSI), a Confederação Sindical das Américas (CSA) e sindicatos internacionais dos setores de serviços, indústria, construção e madeira, financeiro, educação, serviço público e alimentação também divulgaram uma nota, nesta quarta-feira (28), repudiando o atentado a tiros que atingiu dois ônibus da caravana do ex-presidente Lula, no Paraná, na noite de ontem.
Na nota, os sindicalistas dizem estar “estarrecidos e extremamente preocupados” com o atentado e lembram das “hostilidades violentas” praticadas por grupos fascistas contra os participantes de caravana, “sem a devida contenção pelas autoridades policiais”, que veem ocorrendo desde que a #CaranavaPeloSul foi iniciada no dia 19.
Os dirigentes dizem na nota, ainda, que o “gravíssimo episódio acontece após uma escalada de ataques à democracia no país”, que começou com o golpe de 2016 e seguiu com os ataques aos programas sociais e direitos trabalhistas.
A nota repudia a perseguição que Lula sofre por parte do Poder Judiciário, “que o acusa e condena sem provas e sem crimes”, ressalta que o movimento sindical internacional “reconhece a importância dos governos do presidente Lula, para além da realidade brasileira, em ter criado um outro paradigma internacional de crescimento econômico com inclusão social via geração de emprego e renda a milhões de brasileiros, combinando soberania nacional e solidariedade internacional”.
Além de total solidariedade a “Lula e às centenas de milhares de pessoas que têm participado das diversas manifestações democráticas e pacíficas em apoio a ele por todo o país”, os sindicalistas internacionais conclamam, na nota, que as autoridades brasileiras apurem e punam rigorosamente os autores do crime, “garantam a normalidade e a paz no exercício do processo político, para que o Brasil possa retomar a convivência democrática”.
Leia a nota na íntegra em inglês:
Da redação da Agência PT de notícias, com informações da CUT