O nível nos reservatórios do Sistema Cantareira continua sofrendo quedas consecutivas, chegando hoje (14) a 18,2% da sua capacidade de armazenamento, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Todo o volume útil do sistema foi consumido e resta agora apenas o volume.
Estudo da Universidade de Campinas (Unicamp) mostra que o Cantareira pode secar totalmente em menos de 100 dias. “Não se pode garantir que [as chuvas] voltam em outubro. No ano passado, ela só veio na segunda metade de dezembro. Foram só 15 dias de chuvas normais ano passado. Não sabemos se [neste ano] vai voltar com normalidade ou se vai atrasar”, disse o professor Antonio Carlos Zuffo, do Departamento de Recursos Hídricos da universidade, responsável pela pesquisa.
Zuffo defendeu uma redução na exploração da água e a implementação do rodízio como forma de garantir uma sobrevida do abastecimento. “Houve uma gestão de alto risco, o problema foi falta de planejamento, falta de investimento”, declarou.
Há um ano, o Cantareira trabalhava com 55,2% da sua capacidade total, contando apenas com o volume útil. Outro manancial paulista, o Sistema Alto Tietê, também registra queda significativa – o nível dos reservatórios está em 23,6% hoje, enquanto a capacidade era 63,4% há um ano. Em março, a Sabesp anunciou a redução da captação do Cantareira e a complementação dele por meio de outros sistemas, incluindo o Alto Tietê.
O Cantareira, além de abastecer 9 milhões de habitantes na grande São Paulo, atende a 5 milhões de pessoas nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil