Onze ex-ministros da Justiça de diferentes partidos assinaram carta aberta publicada nesta terça-feira (4) condenando o decreto presidencial assinado por Jair Bolsonaro no qual o atual governo regulamenta a ampliação do acesso a armas de fogo no Brasil.
No documento, os ex-ministros demonstram “profunda preocupação com os retrocessos no controle de armas e munições” e o impacto causado pelos decretos do atual governo “no desmantelamento dos pilares desta agenda”.
“Independentemente dos partidos que estavam no poder e da orientação dos governos dos quais fazíamos parte, nosso compromisso sempre foi o de fortalecer avanços que consolidassem o Brasil como uma referência de regulação responsável de armas e munições para a América Latina e para o mundo”, diz o documento assinado pelos ex-ministros Aloysio Nunes Ferreira, Eugênio Aragão, José Carlos Dias, José Eduardo Cardozo, José Gregori, Luiz Paulo Barreto, Miguel Reale Jr., Milton Seligman, Raul Jungmann, Tarso Genro e Torquato Jardim.
A manifestação dos ex-ministros vai ao encontro da preocupação da população refletida na última pesquisa Ibope sobre o tema. De acordo com o levantamento, 61% dos entrevistados são contrários a flexibilização das regras para a posse de arma de fogo e 73% se mostram contrários ao porte para o cidadão. 51% dos entrevistados discorda totalmente da tese defendida pelo atual governo de que a sociedade se tornaria mais segura com mais pessoas armadas. A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de março.
“O povo não quer saber de mais armamento. Já somos o nono país mais violento do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. O que o brasileiro quer é conseguir pagar as suas contas, ter um emprego garantido, viver com dignidade. Para isso, o governo não apresenta nenhum projeto. O desemprego segue crescente e o número de pessoas subutilizadas é recorde”, afirmou o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado.
Em cinco meses, Bolsonaro editou três decretos flexibilizando a posse e o porte de armas do fogo no País.
Por PT no Senado