Um dos sócios da AM4 Brasil Inteligência Digital, empresa investigada no escândalo de disparos em massa de mensagens de WhatsApp durante as eleições para prejudicar Fernando Haddad, foi nomeado nesta segunda-feira (5) para integrar a equipe de transição do presidente eleito, segundo informou o UOL. O nome é Marcos Aurélio Carvalho, que irá cuidar da área de comunicação.
No dia 18 de outubro, uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que durante o primeiro turno das eleições presidenciais, empresários teriam pago por pacotes de disparos de mensagens pelo aplicativo, com conteúdo difamatório sobre o PT. Essa prática é considerada ilegal.
No dia 26 de outubro, uma reportagem do UOL mostrou que a AM4 contratou disparos de mensagens junto a outra empresa investigada, a Yacows. Quando a primeira matéria foi publicada, a AM4 havia dito que não tinha contratado esse tipo de serviço. A reportagem também mostrou que, no mesmo dia em que a matéria da Folha foi publicada, dados das campanhas contratadas pela AM4 junto à Yacows foram apagados.
De acordo com os dados disponíveis na justiça eleitoral, a AM4 recebeu R$ 650 mil para conduzir a campanha do candidato do PSL na Internet. Esse valor pode ficar ainda maior, uma vez que as campanhas tem até o dia 17 de novembro para fazer a prestação de contas.
Segundo o cadastro de pessoas jurídicas da Receita Federal, Marcos Aurélio Carvalho é sócio-administrador da AM4, junto do irmão Magno Carvalho e de Alexandre José Martins. A empresa tem sede em Barra Mansa (RJ).
Na condição de sócio-administrador, Marcos Aurélio estaria impedido de assumir o cargo para o qual foi nomeado, uma vez que a legislação impede que servidores públicos federais atuem como gestores ou administradores de empresas privadas. Ele afirma que agora é “apenas sócio”.
Segundo Carvalho, o convite para integrar a equipe de transição foi feito pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), apontado como futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
Da redação da Agência PT, com informações do UOL